Vovó Rosely está formada e agora faz pós
Autor: Evandro Tosin - Assistente multimídia
A educação tem o papel de transformar vidas. Em junho deste ano, aos 65 anos de idade, Rosely da Cruz Conrado concluía na Uninter a graduação em Gestão de Recursos Humanos. Um pouco antes de colocar o ponto final nesta trajetória ela já tinha se matriculado numa pós-graduação na mesma área.
Em sua motivação para estudar, Rosely conta com a ajuda da filha Juliana, e não se deixa abater pelas dificuldades que encontra no caminho. “Cada vez que eu ia fazer prova, saia da faculdade um pouco chateada quando não conseguia atingir a nota, às vezes, mas respirava bem fundo e sabia que poderia melhorar nas próximas. O tempo foi passando, fui vencendo cada etapa, e aqui estou, com a sensação de dever cumprido. Me sinto muito feliz, não só por um diploma, mas também pelo conhecimento adquirido”, lembra a egressa, que estudou no polo de Campo Mourão (PR).
Rosely nasceu em São Mateus do Sul (PR), sendo a sétima entre nove irmãos. É mãe de três filhos – além de Juliana, Carlos e Michelle – e tem quatro netos. Em dezembro de 2005, decidiu fazer um concurso público para a Secretaria de Educação. Foi aprovada e no ano seguinte passou a atuar na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Prefeito Antônio Teodoro – em Campo Mourão, região noroeste do Paraná.
Tornou-se bibliotecária e passou a atuar também na secretaria, no período da noite, atendendo alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Tenho facilidade para me comunicar, com carinho e paciência, eu me identifico com a situação deles, eu vivi isso depois de muitos anos”, afirma.
O sonho adiado
A graduação que Rosely concluiu na Uninter não foi sua primeira tentativa na educação superior. Ela chegou a começar uma faculdade há cerca de 10 anos, porém teve de se afastar para cuidar da saúde do esposo, em tratamento de um câncer. Se antes ela tinha que estudar de manhã e trabalhar à tarde e à noite, agora precisava dedicar horas importantes de seu dia para cuidar do marido, e o estudo ficou para trás. Mas o marido não resistiu à doença e a perda teve um grande impacto na vida de Rosely.
“Quando meu pai faleceu, ela não teve condições em continuar a faculdade. Foram meses de depressão, de cansaço físico e psicólogo. Sim, dessa vez minha mãe adoeceu e muito. Com o passar do tempo ela voltou a estudar”, relata a filha mais nova, Juliana.
Foi em 2017 que Rosely reacendeu o desejo de estudar. Ela recebeu a indicação de uma colega de trabalho para iniciar os estudos na Uninter: “Com os livros, tenho facilidade para entender o conteúdo. Eu fui procurando, nunca tive curso de informática, fui me aventurando, não tenho dificuldades para acessar a internet, a cabeça tem que estar aberta”, conta.
A filha mais velha, Michelle, que hoje mora em Primavera do Leste (MT), parabeniza a mãe pela conquista: “Meu orgulho e espelho. Tantos desafios, mas tanta coragem para enfrentá-los. Agora que venha a colação”, diz.
Juliana, que sempre esteve ao lado da mãe nessa trajetória, destaca: “O estudo não faz de nós melhores do que ninguém além de nós mesmos. Mas o conhecimento é algo que ninguém tira de nós. E minha mãe, depois de tudo, com toda força de vontade, com 65 anos, é um exemplo de perseverança. Ela teria muitos motivos para desistir. Mas desistir não faz parte dela. Que grande exemplo você dá aos seus netos”.
Autor: Evandro Tosin - Assistente multimídiaEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal
Minha mãe é uma guerreira e merece esse reconhecimento, enquanto algumas pessoas se acham velhas pra começarem algo minha mãe sempre encara novos desafios!
Que história maravilhosa! Alguém que não exitou e nem desistiu de seus sonhos, portanto não há idade para realização do que queremos , vale buscar conhecimento sempre e transformar nosso cotidiano com muito brilho e orgulho. Parabéns Rosely!!!