Você precisa entender a internet das coisas. Ou estará fora do mercado
Você já ouviu falar sobre a internet das coisas (do inglês internet of things)? Talvez o termo ainda seja distante para muita gente, mas com certeza você já conheceu ou soube de alguém que tenha um relógio que funciona junto ao celular, com algumas das mesmas funções, uma máquina de lavar roupas que envia uma mensagem ao seu smartphone quando o ciclo está finalizado ou até mesmo um tablet ou controle de videogame que se conecta à TV com apenas um toque.
Essa evolução toda da tecnologia tem revolucionado a forma como consumimos diversos produtos. A internet das coisas é uma extensão da internet atual, que fala sobre a conexão entre todas as coisas que utilizamos em nosso dia a dia. Não só os produtos que consumimos, mas as empresas também estão sendo afetadas por esses avanços tecnológicos, fazendo com que os modelos de negócio precisem ser repensados.
Para falar sobre o assunto, o diretor da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter, Elton Schneider, e o coordenador dos cursos de Marketing e Marketing Digital da instituição, Achiles Ferreira, participaram como palestrantes do Fórum Prosperity in Business, que aconteceu entre os dias 29 de junho e 1° de julho. O evento é organizado por uma associação de profissionais liberais e conta com muitos empresários e professores de Curitiba e região.
Dentro do tema “A Era Digital”, foram discutidos os impactos da transformação da tecnologia digital nos negócios e na sociedade, e como as empresas e profissionais liberais vão ter que se preparar para enfrentar essa nova realidade de mercado. “Considerando e-commerce, WhatsApp, redes sociais e toda essa gama de ferramentas digitais, é preciso entender como é possível utilizar isso a favor do seu negócio, sua atividade profissional”, diz Elton. “No que o digital está transformando a vida das pessoas e porquê se preparar para isso?”, são alguns dos questionamentos respondidos por ele.
Os modelos de negócios tradicionais perdem espaço no mercado a cada dia. Para Elton, quem não está disposto a se atualizar vai acabar ficando para trás muito rápido, e corre o risco de não conseguir se manter na realidade da era tecnológica que estamos vivenciando.
Os novos modelos de negócios
Empresas novas e startups surgem a todo momento. Mas o que faz com que elas avancem no mercado tão rapidamente? Serviços ofertados em aplicativos, por vezes, tomam o lugar daqueles convencionais. Eles oferecem maior praticidade e melhores preços e, geralmente, estão muito mais em evidência.
Hoje em dia um celular pode fazer quase tudo, mas as ligações ficam em último na lista interminável de funcionalidades. Quem não tem uma rede social no seu smartphone? Difícil dizer, não é mesmo? Você manda um whats, ao invés de uma mensagem. Acorda e já vai direto dar uma olhada no tempo… pela janela? Não! Temos aplicativos de previsão do tempo para isso.
Antes de sair de casa é muito simples traçar a rota utilizando o Waze para ver o trânsito. Ir até o ponto de táxi ou ter que ligar para a central já ficou ultrapassado, a moda agora é Uber, 99 POP. Comida congelada já não agrada o consumidor. Sair de casa para comprar, então, é muito empenho. Pede um Ifood, que é rápido e fácil.
Para quem deseja se destacar, passou da hora de entender as tecnologias que estão impactando os negócios e mudando a forma de consumo e comportamento das pessoas. O fórum, que é trimestral, traz a ideia de discutir o que as empresas precisam fazer para se adaptar a esse novo momento, e é aberto a todos os profissionais que desejam se atualizar e construir um modelo de negócios voltado para a era digital. “Você não cria modelos de negócios inovadores sem olhar para essa realidade. Existem técnicas mas é preciso perceber como o mercado está, e as transformações que estão acontecendo”, diz Elton.
A Uninter é um exemplo de instituição que vem se adaptando a esse modelo novo, e ele ressalta que esta é sua grande característica. “Isso faz com que a gente tenha que se preocupar com novas tecnologias, materiais didáticos e formas de ensinar. Eu costumo dizer que as faculdades tradicionais estão do mesmo jeito há uns 500 anos, ou seja, o professor sempre sendo o centro da atenção. Isso mudou, agora o aluno é o principal, passa a ser o centro das atenções, porque ele é quem precisa aprender”, afirma.
“Nós vivemos um momento em que quase metade das matrículas de ensino superior são EAD, primeiro pela questão de custo, segundo porque o aluno não precisa se deslocar para ir até a sala de aula, o acesso a todo material e plataformas de estudo é feito através da internet. É preciso pensar em modelos de negócios que não sejam limitados, que possuam uma abrangência mais extensa e alcancem um público diversificado. Que cheguem até onde as pessoas estão”, completa.
Elton diz ainda que, com a tecnologia, não há uma questão de ser a favor ou contra, porque tudo está se tornando tão tecnológico que as pessoas acabam tendo que usar, querendo ou não. “Em algum momento isso vai fazer parte da vida de todo mundo, então você tem que se adaptar. Independente da nossa vontade ou opinião. Nós vamos ser impactados pela tecnologia, não adianta ir contra aquilo que é a realidade”, reforça.
Autor: Jaqueline Deina - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König