Vila Velha tem livros por todos os lugares
Denise Becker – Estagiária de Jornalismo
Ao se falar em leitura, logo se pensa em livros e textos escritos. Mas tudo depende do olhar. Para o escritor moçambicano Mia Couto, a ideia de leitura aplica-se a um vasto universo. Ele diz que podemos ler emoções nos rostos dos outros. Essas emoções estão estampadas nos rostos da comunidade que vive nas proximidades do polo da Uninter em Vila Velha (ES). Livros são espalhados sobre os bancos da praça, nos terminais de ônibus, nas lanchonetes, revistarias e cafeterias. Na contracapa, os dizeres: “Ei, você que achou este livro! Agora ele é seu”.
A iniciativa faz parte de um projeto universitário de incentivo à leitura e compartilhamento de conhecimento. O texto é escrito à mão pelos colaboradores e professores do polo de Vila Velha. A coordenadora pedagógica Geise Bortolozzo Cavalieri Mendes desenvolveu o projeto devido à demanda de pessoas à procura de livros ao redor do polo. Ela refletiu sobre a necessidade do município, fez algumas pesquisas com base em outras iniciativas e aprimorou a ideia. “Por que não escrever de próprio punho uma mensagem ofertando ao leitor, um público-alvo até então desconhecido, a grande oportunidade dessa leitura? ”, diz Geise.
À procura de livros, a comunidade se dirige ao polo. Em doze dias, foram distribuídos mais de 150 livros deixados para doação além daqueles ofertados pelo Grupo Uninter. E o projeto não para por aí. A cafeteria ao lado da faculdade já recebeu 220 pessoas para leitura compartilhada no evento intitulado Café Filosófico. “Nós, aqui do polo, temos o costume de sentar, conversar, tomar café e agora também compartilhar leitura com os alunos e o público na cafeteria”.
“O projeto é anterior a esse, da distribuição de livros, e pretendemos continuar”, explica Geise. Segundo a coordenadora, antes de serem doados os livros recebem a dedicatória, carimbo da Uninter e folder com todas as informações sobre os cursos, endereço, telefone e e-mail da instituição de ensino. “O amigo de um aluno recebeu o livro e ficou interessado, foi até o polo e quis participar do movimento de leitura compartilhada”.
Edição: Mauri König