Vacina contra a dengue e dicas para se proteger da doença
Autor: Igor Horbach – Estagiário de JornalismoMais de 217 mil casos de dengue foram registrados no país apenas em quatro semanas de 2024. O número corresponde à mais que o triplo no mesmo período de 2023, conforme aponta relatório do Ministério da Saúde. O alto número de casos pode se dar por dois principais motivos: os fenômenos naturais, como aumento da temperatura climática, e o alto índice pluviométrico.
Segundo a professora e enfermeira Bianca Melo, além de desovar em espaços úmidos, descobriu-se que o mosquito Aedes aegypti pode se reproduzir em locais secos, mas próximos de água. Isso pode aumentar ainda mais o número de mosquitos nos ambientes.
Portanto, uma vez que os casos não param de subir, é importante que a comunidade dê a devida atenção à situação epidêmica para que se possa evitar o pior. Os cuidados tradicionais, como evitar água parada, cobrir com areia vasos de plantas, fechar objetos que possam armazenar água devem ser preconizados e intensificado nestes períodos.
“Após a picada do mosquito, entra a fase que chamamos de incubação, até 10 dias, quando demora para apresentar sintomas”, explica a professora. Os sintomas da doença podem ser facilmente confundidos com os de uma gripe comum, como febre, dor no corpo, diarreia. Contudo, alguns se diferenciam, e por isso devem ser observados pelo paciente, como vermelhidão na pele e dor ao redor dos olhos.
Uma vez com os sintomas da dengue, o ideal é fazer uso contínuo de repelente durante 7 dias, evitando a transmissão da doença. Além disso, ao fim do primeiro dia sem febre intensa, o recomendado é procurar uma Unidade Básica de Saúde para acompanhamento, pois a doença pode evoluir para seu estágio mais letal.
Vacina tetravalente
Em 2023, a nova vacina da dengue entrou para o Plano Nacional de Imunização e este ano aproximadamente 500 municípios serão contemplados com a vacinação em massa de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Esta é a segunda já aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo a primeira em 2015, porém hoje com uso restrito.
De acordo com o professor e mestre em Biogenética Daniel de Christo, a vacina de 2015 poderia agravar os sintomas para quem se contaminava com o vírus da dengue, e por isso uma série de testes sanguíneos eram necessários para aplicabilidade em grande escala.
Já a nova vacina utiliza o mesmo vírus que é usado na vacina da febre amarela, que traz os 4 subtipos da dengue. No entanto, ela necessita de uma dose reforço em 60 dias. O Instituto Butantan tem desenvolvido uma nova vacina para a doença, que já atingiu 79,6% de eficácia contra os 80% do laboratório da anterior, mas com a vantagem de ser em apenas uma dose.
Todavia, o laboratório que desenvolveu a vacina tetravalente Qdenga não entregou doses suficientes para toda a população, como contam os professores. Apenas 5 milhões de doses serão entregues este ano.
O debate sobre o tema ocorreu no programa Diversos da Pós em 1º de fevereiro na Rádio Uninter. O programa teve participação dos tutores de pós-graduação da Uninter, Daniel de Christo, Bianca Cristina de Melo e Pricila de Souza, e pode ser conferido neste link.
Autor: Igor Horbach – Estagiário de JornalismoEdição: Arthur Salles – Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: RawPixel