Uninter e UniALFA se unem para troca de experiências
Autor: Nayara Rosolen - JornalistaO campus Garcez da Uninter, prédio histórico no centro de Curitiba (PR), foi ponto de encontro para uma “proveitosa e divertida” troca de experiências entre estudantes e docentes do centro universitário e da Faculdade Alfa (UniALFA), de Umuarama (PR), no dia 1º de julho de 2023.
Mais de 50 estudantes da UniALFA viajaram quase 12 horas de ônibus para conhecer Curitiba e, em especial, para visitar a Uninter. Na manhã de sábado, participaram de um bate-papo com o doutor em Tecnologia Rodrigo Otávio dos Santos, que atua no Doutorado em Educação e Novas Tecnologias, e a mestre em Gestão da Informação Maria Carolina Avis, professora da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios (ESGCN).
“É apresentando aos outros que percebo a enormidade de coisas que fazemos e a inserção que temos na comunidade que nos rodeia. É extremamente prazeroso receber pessoas jovens que se interessam pelo estudo e, em especial, pela educação”, afirma Rodrigo.
A oportunidade se deu por mediação da professora Lais Bueno, que é coordenadora de educação a distância (EAD) e dos cursos de Marketing e Pedagogia da UniALFA. A profissional realiza o doutorado em Educação e Novas Tecnologias na Uninter e conta com a orientação de Rodrigo.
Durante a conversa com os acadêmicos, o professor abordou a importância do aprendizado contínuo e apresentou características do stricto sensu, além das especificidades de mestrado e doutorado. O profissional apresentou o programa da Uninter e explicou o que se pode estudar dentro da área que orienta.
De aluna a professora
Maria Carolina tem formação em Marketing pela UniALFA e passou de estudante para referência àqueles que hoje realizam a graduação. Na fala para os alunos, contou sobre a trajetória e como é o dia a dia de um profissional de marketing.
“Muitas vezes, quando estamos na graduação, pensamos que não damos conta ou que um sonho é grande demais, e eu quis mostrar que não é assim. É preciso ter uma construção dia após dia, mas estando em um curso superior já estão no caminho. Quis tentar demonstrar a eles que é preciso ter persistência e não fazer nada com o objetivo de ganhar dinheiro, mas aprender, ajudar e gerar diferenciação”, garante a professora.
Lais foi quem orientou Maria Carolina no trabalho de conclusão de curso (TCC) da graduação e salienta que “é motivo de muito orgulho e satisfação saber que hoje ela ocupa um espaço de protagonismo na área de Marketing. Saber que contribuímos para que se formasse em Marketing, é uma satisfação imensa vê-la fazer sucesso”.
A mestre em Gestão da Informação destaca que “é muito gratificante” falar para os estudantes da instituição em que se formou, agora como docente. “Eu admirava demais os meus professores. Continuo admirando, mas na época lembro de ter ficado fascinada. Ter essa oportunidade faz com que eu olhe para trás e perceba que tudo valeu a pena, e que eu posso contribuir para que os atuais estudantes não tenham o mesmo sentimento que eu tive, de que não daria conta ou de que não tinha aprendido nada”, conclui Maria Carolina.
Para o estudante de Marketing da UniALFA Jhonatan Oliveira, o encontro no espaço histórico “foi incrível” e o bate-papo com os profissionais, “superinteressante”.
“Foi uma experiência incrível para todos os estudantes. Alguns alunos tiraram suas dúvidas e curiosidades, e eu também tirei dúvidas sobre as métricas do Instagram, selo de verificação e outros. Além de ter sido um papo descontraído, também foi superinformativo. Eu amei a visita!”, declara o acadêmico.
O hobby da adolescência que criou uma referência no digital
Estimulada pelo pai a ler desde muito cedo, Maria Carolina começou a desenvolver a criatividade por meio da leitura e da escrita. Quando teve acesso à internet (ainda discada), a jovem percebeu que amava o mundo digital. Por volta dos 13 anos de idade, criava conteúdos para o YouTube com mais duas amigas e começou a ganhar dinheiro com pequenos trabalhos.
“Elas gostavam mais da parte da produção e eu, da estratégia. De forma totalmente intuitiva, comecei a fazer planos de conteúdo e otimização de SEO [Search Engine Optimization] nos vídeos que demoravam uns três dias para subir no YouTube na internet discada (risos). Acredito que ter começado a ler e escrever cedo foi o que me despertou o interesse pela área digital e do marketing”, relembra a profissional.
Com o gosto pela área, entrou para o curso de Marketing na UniALFA em Umuarama, onde morava, e trabalhava no jornal impresso Umuarama Ilustrado. Aos finais de semana, começou a atender clientes de forma voluntária e aplicar o que aprendia na faculdade. Lá também atuou como assessora de comunicação na Diocese da cidade e como coordenadora de equipes em campo do Instituto Brasil de Pesquisas.
Na época, fez muitos trabalhos voluntários e estudava marketing digital por meio de livros. “Consegui praticar muito e aprender bastante do que sei hoje”, garante.
Maria Carolina se formou em Marketing em 2013, com o TCC Benefits – pole dance fitness, orientado pela professora Lais Bueno.
“O trabalho de conclusão de curso já dizia tudo, com um tema inovador e que se revelou como tendência no esporte nos anos seguintes”, afirma Lais. “Inclusive, a empresa que ela idealizou no TCC chegou a ser aberta por outros alunos e funciona até hoje, com aulas de pole dance fitness. Maria Carolina sempre idealizou a inovação como ponto de partida, e isso faz dela essa referência de sucesso.”
Quando se mudou para Curitiba, Maria Carolina teve a oportunidade de estudar marketing digital avançado e fez um curso livre completo na Academia Digital, onde foi convidada para dar aulas. No entanto, para assumir o cargo, precisava de experiência em sala de aula. Por isso, retornou para Umuarama por um período. Montou algumas turmas que queriam aprender gratuitamente e ensinou tudo o que havia aprendido.
Paralelamente às aulas na Academia Digital e aos cursos livres, a profissional também foi convidada para coordenar o time digital da Neoexclam, primeira agência de publicidade do Paraná. Por lá, ficou pouco tempo, já que foi convidada para ser conteudista da disciplina de SEO na Uninter. Ao entregar o conteúdo, mais uma proposta: a produção do primeiro livro SEO de verdade: se não está no Google, não existe, pela editora Intersaberes.
Foi aí que Maria Carolina percebeu o gosto pela escrita e depois disso publicou mais três obras: Marketing digital baseado em dados, Supermarketing: estratégias de marketing digital e Social media de verdade. Os livros reúnem o que a autora mais gosta no marketing, que são a estratégia, o data-driven marketing, as otimizações orgânicas e o conteúdo. A autora revela que “o livro de SEO será atualizado em breve”.
Maria Carolina ingressou oficialmente na Uninter após passar por um processo seletivo para a vaga de professora-tutora. Mesmo que ainda não tivesse o mestrado exigido para o cargo, decidiu arriscar, porque percebeu que “gostava demais de dar aula”. Como não encontraram nenhum mestre com experiência de mercado, ela foi chamada para uma aula teste e passou.
Com mais de cinco anos de história no centro universitário, a professora concluiu o mestrado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), vaga que conseguiu como primeira colocada no processo seletivo. Na pesquisa, abordou Marketing de conteúdo no Linkedin: o algoritmo de relevância e o comportamento informacional dos seus integrantes.
Maria Carolina buscou compreender como os critérios do algoritmo de relevância da rede social influenciam o marketing de conteúdo, ou seja, como criadores podem produzir um conteúdo otimizado a ponto de ser considerado como relevantes e com maior alcance. Além disso, investigou o comportamento informacional das pessoas que utilizam o Linkedin, como criadores ou consumidores.
Hoje, a profissional concilia a docência com mais duas atividades principais: mentoria para pessoa física e consultoria para empresas.
“O que mais gosto de fazer é dar aula, escrever e analisar métricas para tomar decisões de marketing. Dar aula, porque amo o contato com os alunos, ouvir suas histórias e opiniões, o que me ajuda muito a pensar marketing. Escrever, porque aprendo muito mais escrevendo do que fazendo e consigo transmitir um pouco do que habita minha mente inquieta. Analisar dados, porque é onde realmente temos performance e gosto de fazer coisas que desafiam e têm dados mensuráveis”, diz Maria Carolina.
A profissional salienta que “só é possível melhorar algo que foi feito”. Por isso gosta de “estar em movimento”.
Autor: Nayara Rosolen - JornalistaEdição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Acervo pessoal