Uninter conquista nota máxima no único tecnólogo de Paisagismo e Jardinagem do país

Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação

Marcia Fonseca trocou um apart-hotel em Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), por uma ampla casa em frente à Laguna de Araruama, em Iguaba Grande (RJ), a cerca de 140km da capital. Aos 61 anos, ela prioriza a qualidade de vida e, na nova cidade, buscou se conectar mais com a natureza, no lar rodeado pelas plantas do jardim.

“Tudo tem um preço. Na capital existem muito mais oportunidades de trabalho. E na cidade do interior você tem uma vida mais tranquila e um custo de vida muito melhor”, explica Marcia.

Na busca por uma atividade ligada ao paisagismo, decidiu ingressar em um curso superior. Sem a possibilidade da formação presencial na região, chegou até o tecnólogo de Paisagismo e Jardinagem da Uninter, concluído em maio de 2024. A única graduação do Brasil na área, que acaba de conquistar a nota máxima do Ministério da Educação (MEC).

Para Marcia, o resultado do reconhecimento traz “orgulho e segurança, além de saber que apresentar no currículo uma formação em um curso com grau máximo, pode abrir muitas portas no mercado de trabalho”.

“É o reconhecimento de um trabalho e curso que idealizamos. Na faculdade, meus principais estágios foram na área de paisagismo e de sustentabilidade. (…) Precisamos agradecer a todo mundo que nos ajudou, desde os professores que participaram das reuniões, o pessoal que colaborou na geolocalização e no administrativo. Toda a equipe da Pró-reitoria de Assuntos Institucionais que, de forma direta ou indireta, nos ajudaram muito”, declara a coordenadora, Maria de Fátima Medeiros.

Quando criou o curso, o coordenador das Ciências Agrárias da Escola Superior Politécnica (ESP), André Corradini, afirma que buscava uma grade desenvolvida a partir de conceitos agronômicos do paisagismo. O que não se encontra em cursos livres ou graduações que possuem a disciplina de paisagismo. “Os conceitos biológicos, agronômicos, morfológicos… Tudo isso foi colocado no curso, que se estabeleceu tanto na gestão, no design, no paisagismo, na jardinagem, mas principalmente nos conselhos agronômicos”, complementa.

André e Maria de Fátima trabalham na área desde o final da década de 1990, quando possuíam uma empresa de paisagismo em São Paulo (SP). Os coordenadores acreditam que o resultado da avaliação é a representação do desempenho e dedicação de todos os docentes das Agrárias, responsáveis pelo sucesso do curso e do reconhecimento conquistado. “Brincamos que é uma equipe de alta performance, mas é a realidade, é de altíssima performance”, garante Corradini.

Projetos reconhecidos

Com a primeira formação em Administração de Empresas e especialização em Processos de Qualidade, Marcia mudou a vida radicalmente com a mudança para o interior. Apesar de não possuir experiência profissional na área de Paisagismo e Jardinagem, começou a se dedicar no cuidado da própria casa.

“Foi instintivo, cuidar e melhorar a parte estética e de aconchego com plantas. Além disso, na praia comecei a fazer coleta de lixo e pensar em como poderia melhorar o entorno. A quase totalidade dos projetos realizados durante o curso foram projetos executados e doados para a prefeitura da cidade, como colaboração”, explica.

Apesar de os projetos ainda não terem sido implementados, o da Praia das Andorinhas já recebeu duas indicações legislativas na Câmara dos Vereadores e, por meio daqueles apresentados, algumas sugestões de plantas e corredores arborizados estão sendo adotados pelo município. A ideia é recuperar uma área “muito bonita, mas degradada”, de acordo com a egressa.

“O projeto prevê uma pequena estação de coleta seletiva de lixo, para os resíduos gerados pelos frequentadores. Mesas e bancos em volta de árvores para que as projetam e sirvam de local para a realização de piquenique das escolas que hoje visitam a praia e não têm um local adequado, um ponto ‘instagramável’ com um banco em forma de barco e um pergolado para descanso e observação da praia”, conta Marcia.

Outras propostas foram a remodelação da praça em frente à igreja mais antiga da cidade, de 1790, assim como um piloto em uma rua da cidade, onde as árvores existentes são inadequadas. Todos criados com a tutoria do professor Adrian Jedyn e considerando a estética e adaptação ao local e clima.

A locorregionalidade é um fator importante para os coordenadores. Segundo os docentes, os estudantes são instigados a buscar soluções para suas próprias regiões. Por isso, precisam entender a condição do sol, do solo e se abrir para um conhecimento vasto das espécies vegetais, plantas determinadas para aquele local.

“É a combinação muito bem-feita entre teoria e a prática dos projetos, além da preocupação de mostrar a necessidade de avaliar sempre a regionalidade e o entorno para a realização dos projetos e que paisagismo não é somente pensar plantas. É pensar no espaço de maneira mais ampla, considerando a utilização, melhor adequação ao uso e estética, além de soluções ambientalmente adequadas”, conclui Marcia.

 Dedicação e crescimento na área

José Marques Ferreira, com 51 anos de idade, atua há 13 deles na área de Paisagismo e Jardinagem. Antes disso, trabalhava com construção civil, até que ficou desempregado em 2011. Decidiu, assim, migrar para a área de jardim, e aprendeu a profissão de jardineiro como assistente. A partir da experiência, realizou um curso técnico em jardinagem e outro em irrigação, além de buscar mais conhecimentos nos livros.

“Com o desenrolar dos estudos, fui aplicando o aprendizado ao meu dia a dia no trabalho, sendo reconhecido, e com isso me empolguei para iniciar a faculdade onde eu pudesse me especializar ainda mais e crescer na minha área”, conta José Marques, que está no segundo ano da graduação de Paisagismo e Jardinagem da Uninter no polo em Santo Amaro (SP).

A coordenadora Maria de Fátima afirma que os acadêmicos da área precisam ter conhecimento para fazer um projeto paisagístico bem estruturado. Por isso, a oferta de uma grade com disciplinas específicas do setor, como as questões de harmonização, uso de iluminação, água, plantas e desenho. Assim como as que trabalham o design, gestão e empreendedorismo, por exemplo.

Para a docente, um dos destaques é a História da Arte do Paisagismo, que teve em um dos cursos que realizou no Parque de Ibirapuera, em São Paulo. “Essa disciplina é uma que abre horizontes, porque a gente começa a ter visões de coisas que unem a arte e o Paisagismo. É uma coisa só, o Paisagismo também é uma forma de arte”.

A dedicação de José Marques aos estudos propostos resultou no reconhecimento que o levou a subir de cargo e seguir se especializando para entender mais e orientar melhor os clientes quanto aos cuidados posteriores aos serviços realizados.

“A minha experiência com a Uninter tem sido muito boa, materiais bem didáticos, tutoriais dinâmicos e de fácil compreensão, suporte ao aluno com retorno rápido e demandas resolvidas, professores bem-preparados. Tem sido gratificante estudar na Uninter e, com todo o conhecimento que venho adquirindo, ao longo desse um ano e dois meses, me sinto cada dia mais motivado a continuar estudante e aprendendo”, declara o estudante.

José Marques garante que o curso tem colaborado para evoluir na profissão e apresenta “mais qualidade ao trabalho”, com um ponto crucial da perspectiva de negócio que a graduação propõe. O intuito do acadêmico é, com o tempo, abrir a própria empresa.

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Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal


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