Unificar os concursos públicos é uma boa ideia?

Autor: Natália Schultz Jucoski - estagiária de jornalismo

Muita gente que busca um emprego com estabilidade aposta em concursos públicos. Para alcançar a aprovação, é necessário muito preparo, principalmente de acordo com as exigências dos editais de cada processo seletivo.

Esse sistema está prestes a ter alteração, já que existe uma proposta de unificação do modelo das provas dos concursos públicos. O tema foi debatido no programa Observatório de Conjuntura, realizado pela Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança (ESGPPJS). Os professores André Ziegmann e André Frota receberam a também professora e advogada Ana Paula Viana Barmann para conversar sobre o concurso nacional unificado.

Esta é uma novidade que visa trazer o modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para os concursos públicos. O objetivo principal  é de possibilitar que candidatos do Brasil inteiro tenham acesso às provas. A temática, no entanto, deve ser discutida com cautela, pois envolve a trajetória profissional dos candidatos.

De acordo com a professora Ana, a intenção de fazer um processo parecido com o Enem é abranger o país inteiro com um só concurso. “A previsão é que seja realizado em aproximadamente 180 cidades do Brasil. Essa escolha foi feita pelo índice populacional apresentado pelo IBGE”, explica.

A primeira edição desta prova unificada está prevista para acontecer no dia 25 de fevereiro de 2024, e o edital deve ser publicado até 20 de dezembro deste ano. O concurso está sendo organizado por órgãos federais, sendo eles: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), Advocacia Geral da União (AGU), Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU). No primeiro momento, serão ofertadas cerca de 70 mil vagas e o chamamento será por ordem de necessidade desses órgãos.

Quando o candidato fizer a inscrição, ele terá a opção de escolher entre oito blocos temáticos, os quais estão relacionados com os órgãos participantes da organização e com a intenção de carreira deste candidato. As áreas contidas no bloco são: administração pública e finanças; economia, infraestrutura e regulação; agricultura, meio ambiente e desenvolvimento agrário; educação, ciência, tecnologia e inovação; políticas sociais, justiça e saúde; trabalho e previdência; tecnologia e informática.

Ana destaca que, neste modelo, haverá pouco tempo de preparação para a primeira prova. “Na minha percepção, pode sim ser algo proveitoso tanto para o órgão público como para aqueles que querem fazer concurso público. Só que vai precisar de um tempo de maturação”, ressalta.

O funcionamento do novo modelo ainda gera dúvidas. Entre as preocupações está a mistura de muitos conteúdos em uma só prova, a frequência do concurso e a gestão de novas vagas. “A gente espera que, com o tempo, isso seja esclarecido, que eles tenham senso e consigam visualizar essas questões importantes”, ressalta a professora, destacando a importância de que o candidato preste o concurso com a exigência de conhecimentos adequados ao cargo que pretende ocupar.

Para André Ziegmann, o ideal seria que a prova ocorresse todos os anos e a partir de uma distribuição adequada das vagas. “Eu acho que aí a gente tem um caminho a ser seguido. levando em conta as questões orçamentárias”, comenta.

Você pode assistir à live completa no canal do Youtube da ESGPPJS, clicando neste link.

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Autor: Natália Schultz Jucoski - estagiária de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Pixabay e reprodução do Youtube


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