Uma “overdose” nas farmácias brasileiras
O Brasil está entre os dez países que mais consomem medicamentos no mundo, com uma farmácia para cada 3,3 mil habitantes segundo dados do Conselho Federal de Farmácias. O acesso fácil aos medicamentos faz com que os brasileiros consumam sem qualquer prescrição médica ou orientações de profissionais da área da saúde. Pesquisa publicada em maio de 2017 (leia aqui) mostra que sete entre 10 brasileiros têm o hábito de tomar remédio sem consulta médica.
No Brasil, a automedicação resulta em mais de 27 mil vítimas intoxicadas pelo uso irregular de medicação, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicos, da Fiocruz. Alguns antibióticos não são suficientes para destruir bactérias já generalizadas no organismo humano, o que tornou-se um problema mundial, por isso, a biotecnologia traz novas pesquisas para combater os vírus através de outros organismos modificados vivos para fabricação de novos fármacos.
O objetivo da biotecnologia em diferentes corpos de vírus e bactérias foi tratado no artigo “Antibióticos e Antirretrovirais: uma abordagem biotecnológica“, publicado pela revista Saúde e Desenvolvimento, uma das sete publicações científicas da Uninter. O artigo foi produzido pelas alunas Beatriz Ferreira, Fernanda Izar, Camila Lemos do curso de engenharia de bioprocessos e biotecnologia da Universidade Positivo e pelo professor do curso de farmacologia da Uninter, João Luiz Coelho Ribas.
Publicado no começo de julho de 2017, o artigo trouxe informações importantes para o combate aos vírus resistentes aos antibióticos comercializados no Brasil. Com base em várias pesquisas, os estudantes utilizaram o vírus HIV, transmissor da aids, por ser o mais expressivo entre outros vírus existentes.
Uma das autoras do artigo, Fernanda Izar acredita que os brasileiros precisam se conscientizar mais ao consumir qualquer tipo de medicamento para evitar que problemas se agravem ainda mais. “O Brasil é conhecido como país da ‘cultura do remédio’. A forma incorreta de consumir remédios pode desenvolver bactérias mais resistentes ao organismo humano, e isso pode levar à morte”, explica.
Por outro lado, pessoas infectadas pelo vírus do HIV tiveram melhoras na qualidade de vida devido ao uso de novas drogas junto ao tratamento tradicional, segundo a pesquisa descrita no artigo. Os resultados apresentam progressos na regeneração do sistema imunológico das pessoas.
Autor: Gabriel Bukalowski – Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Banco de imagens