Uma live para quem quer ser diplomata
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoA carreira diplomática ainda é um espaço em que as mulheres têm muito a conquistar em busca da igualdade de gênero. Dando continuidade às discussões sobre o trabalho do Ministério de Relações Exteriores (Itamaraty), abordada na live A carreira diplomática no Brasil, o curso de Relações Internacionais (RI) da Uninter realizou o bate-papo intitulado Representatividade e Democratização no MRE.
Participaram da conversa a coordenadora de RI da Uninter, Caroline Cordeiro, e a doutora em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e estudiosa da diplomacia, Karla Lisandra Gobo.
Karla dedicou sua tese de doutorado ao estudo da história do Itamarty, e trouxe sua expertise no assunto para o bate-papo. “Esta foi uma ideia que eu vinha amadurecendo desde a graduação, e com os conhecimentos adquiridos durante a minha carreira, com pesquisas, entrevistas e conceitos sociológicos foi possível de ser realizada”.
Desde sua origem, no século 19, o Itamaraty é responsável por coordenar as relações exteriores do Brasil. Nos dias de hoje, o papel da instituição diplomática é prover os serviços consulares, que atendem brasileiros em viagens ao exterior, dar suporte ao poder executivo na definição da política internacional de estado, e regular atuar nas diplomáticas brasileiras.
Ao longo de sua história, as mulheres tiveram espaço restrito no exercício da diplomacia no país. De acordo com Karla, o machismo estrutural é uma marca bastante visível na área diplomática, sendo que nas décadas de 50 e 60 era inclusive proibida a participação de mulheres na diplomacia. Hoje estas interdições se revelam de outras formas, já que o acesso das mulheres à carreira é permitido por lei. A pesquisadora aponta que é perceptível o favorecimento dos homens ao longo da carreira, no que diz respeito a promoções, por exemplo.
Segundo Karla, uma das grandes dificuldades do trabalho diplomático é a necessidade de se adaptar às mudanças de governo. O Ministério das Relações Exteriores deveria, em princípio, servir aos interesses do Estado, mas a cada troca de governo precisa se readequar à realidade política do país.
É possível assistir ao conteúdo da live na íntegra clicando aqui.
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro