Uma cidade inteira de estagiários
Heloisa Alves Ribas – Estagiária de Jornalismo
Sarita tinha uma meta e só queria uma oportunidade. Acabou entrando para uma estatística positiva em meio a um cenário desalentador. Com a taxa de desemprego em alta no Brasil (hoje em 13,2%, leia aqui), ela conseguiu trabalho ainda durante a graduação. Sarita Menegusso foi uma das beneficiadas das 179.395 vagas de estágio encaminhadas nos últimos cinco anos pelo Centro Universitário Internacional Uninter.
Essa quantidade de estágios (que é uma preparação para o trabalho) equivale a mais do que os 154 mil empregos formais existentes em janeiro em Londrina, por exemplo, a segunda maior cidade do Paraná (veja os dados). Ainda para efeito de ilustração, a média de 35,8 mil estágios encaminhados por ano pela Uninter chega bem perto dos 54 mil empregos formais preenchidos em Foz do Iguaçu em janeiro. Ou equivale à população inteira de Guarapuava (PR).
Do total desses cinco anos, foram 153.637 estágios obrigatórios, dos quais 3.473 em cursos presenciais e 150.164 na educação a distância. Já o estágio não obrigatório, que é remunerado, totalizou 25.758 contratos no período, a maioria no curso de licenciatura em Pedagogia. Foi o caso de Sarita. Em 2013, já formada em Pedagogia pela Uninter, ela foi efetivada como pedagoga na empresa onde iniciou como estagiária no penúltimo ano da graduação.
“Conheci a Elo Apoio Social e Ambiental, uma organização não-governamental formadora de jovens aprendizes, no primeiro período da faculdade quando tive a disciplina de ‘Pedagogia no terceiro setor’. No sétimo período, tive uma colega de sala que fazia estágio neste lugar e me ofereceu uma oportunidade de ser instrutora. Uma semana depois, saí do antigo trabalho e logo em seguida recebi a proposta de fazer um estágio não obrigatório. Aceitei e estou na empresa até hoje”, conta Sarita.
Para Sarita, o estágio foi fundamental para decidir o que queria ou não queria fazer. No primeiro momento, a pedagogia hospitalar era seu foco, mas depois do estágio na pedagogia de terceiro setor, reafirmou seu desejo de trabalhar no ambiente pedagógico fora da escola. “O estágio foi decisivo para o meu futuro. O melhor de tudo é a possibilidade de exercer a profissão para reconhecer se é aquilo que se quer ou não. A formação que temos dentro da experiência de estágio nos ajuda em vários sentidos, mas nesse, principalmente”, diz.
Números que crescem
A pedagoga Sarita e outros 179.394 alunos foram acompanhados em todo esse processo pela Central de Estágios da Uninter nesses cinco anos. O número está em constante crescimento, visto que os papéis fundamentais que a Central desempenha são de administrar e promover convênios com agentes de integração e empresas públicas ou privadas, auxiliando no processo de intermediação entre o aluno e o mercado de trabalho.
Nesses cinco anos, de 2012 a 2016, foram feitos 8.601 convênios. O maior número provém das empresas privadas, 77% do total. Assim, a Uninter mantém um fluxo constante de novas empresas, possibilitando variados campos de estágios para os alunos. Desta forma, houve um aumento de 65% no número de convênios em cinco anos, principalmente na região Sul do Brasil, que responde por 74% dos contratos com empresas.
“O estágio é o instrumento norteador da prática. Pode-se a afirmar que é o momento de pôr em prova os conhecimentos teóricos adquiridos pelo acadêmico na teoria em sala”, explica o coordenador técnico da Central de Estágios Uninter, Cristofer Adonis da Cruz.
O estágio obrigatório (não remunerado necessariamente) está presente no currículo da maioria dos cursos superiores. Ele exige que atividades sejam cumpridas em uma carga horária específica, sendo necessária sua aprovação para a conquista do diploma. Cristofer ressalta que é fundamental a experiência do estágio não-obrigatório devido a preparação que o aluno tem diante das adversidades da profissão.
“O estágio não obrigatório para o aluno recém ingressante no ensino superior é importantíssimo, pois com ele o estudante está sendo preparado para a sua profissão. Porém, esse não pode ser considerado apenas uma forma de trabalho. O estágio não obrigatório deve ser trabalhado junto com as instituições, para não se perder esse momento de aprendizagem, o momento de interação na prática com profissionais mais experientes”, conclui.
Edição: Mauri König