Um sonho além do tempo torna Dimas professor de matemática

Engana-se quem pensa que já é tarde demais para aprender algo novo, fazer o que sempre sonhou ou ingressar no curso que sempre quis. Prova disso é que em 2018 o número de estudantes de graduação acima dos 40 anos de idade aumentou em 20%, de acordo com senso do Inep, assim como a porcentagem de pessoas acima de 65 anos iniciando a faculdade, que cresceu 62% no mesmo ano, conforme dados nacionais.

Mas essas porcentagens são mais que apenas números: afinal, por trás de cada uma dessas pessoas há diferentes história de vida. Entre elas, está a de Dimas Armando Freitas do Amaral, de 66 anos, estudante de Licenciatura em Matemática na Uninter.

Nascido em Belém (PA), Dimas mora na cidade de Santana (AP). Quando jovem, não havia faculdades em Santana, o que fez com que ele se mudasse para Curitiba para estudar, aos 15 anos. Permaneceu na capital paranaense de 1972 a 1986, onde estudou Engenharia Florestal na Universidade Federal do Paraná e também Administração de Empresas na PUC-PR. Trabalhou em ambas as áreas e, em 1986, retornou ao Amapá, local onde se aposentou por idade.

Mas a vida profissional de Dimas não estava próxima do ponto final, e sim deu uma virada de página. Filho de uma professora de português, ele alimentava o sonho de também ser professor. “Não sei por que eu não fiz magistério antes, era para eu ter tentando muitos anos atrás”, explica ele. “Porém, antes tarde do que nunca, decidi fazer a licenciatura e meu sonho se tornou dar aula, eu tenho de fazer isso”, afirma.

Dimas se identifica muito com a área, e ficou ainda mais animado para exercer a profissão quando fez estágio em uma escola pública de Santana, local onde teve a oportunidade de substituir um professor em sala por um tempo.

Quando ingressou na Uninter, ele ainda trabalhava em Macapá durante o dia e estudava a distância, no polo de Santana, na parte da noite. A distância não foi um obstáculo para seu aprendizado. “O apoio do polo é excelente, os professores são muito bons e ótimos orientadores”, comenta.

De acordo com Dimas, há muitos alunos do interior – principalmente no curso de matemática – que usam barcos e canoas como transporte, mas mesmo assim eles se unem para fazer grupos de estudo e se dão muito bem. “Eu admiro essas pessoas porque acho que se fosse eu no lugar delas, já teria abandonado. Mas eles vêm para aula, participam e estão no mesmo nível que a gente. Eles superam as suas dificuldades e eu fico impressionado com a força de vontade que eles têm, admiro muito”, conclui.

Dimas segue com determinação para realizar o seu sonho. Não há como saber o que acontecerá, mas uma coisa sempre é certa: a persistência traz grandes realizações. Dimas persistiu e sua formatura em Licenciatura em Matemática será realizada no fim deste ano.

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Autor: Valéria Alves - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Manoel Áureo Germano