Um profissional que luta por direitos iguais
O Brasil é o segundo país do mundo em número de assistentes sociais, com cerca de 180 mil profissionais registrados nos conselhos regionais, atrás apenas dos Estados Unidos. Entre as suas muitas funções está a de orientar as pessoas a ter informações e acesso aos seus direitos sociais. Com isso, atua na redução das desigualdades sociais. A importância deste profissional foi debatida no 1º Simpósio Social e 1º Encontro de Pesquisadores em Serviço Social, realizado no campus Garcez da Uninter, em Curitiba, no início do mês.
O evento duplo ocorreu em dois dias e teve apresentações de trabalho, exposição de banners e mesa de debates. A palestra de abertura foi com a professora, pesquisadora e escritora Maria Lúcia Martinelli, assistente social que dedicou toda a sua carreira à formação profissional em cursos de Serviço Social e áreas afins. Ela foi convidada para falar da pesquisa no cotidiano profissional do Serviço Social, voltada principalmente aos professores.
Ela já foi convidada a palestrar em outros países para falar sobre os estudos na questão da identidade profissional e o trabalho realizado pensando nos fundamentos da profissão. Em função do seu grande envolvimento com a área do Serviço Social, também foi convidada a escrever sobre as práticas da profissão. Hoje, tem vários livros publicados, entre eles um que é considerado o clássico na formação profissional do assistente social, o “Identidade e Alienação”, que possui várias edições e é usado nos principais institutos e universidades brasileiras.
“Tenho outros livros de temas que vão surgindo ao longo do tempo. Então, você tem que acompanhar muito as novidades. Além disso, a profissão de assistente social exige um grande contato com a realidade. Acabamos nos envolvendo com as políticas e os direitos, para que as pessoas tenham acesso a eles”, diz a professora.
Segundo ela, a pesquisa é muito importante para qualificar os profissionais para a produção do conhecimento. Porém, mesmo com as teorias, o profissional da área deve perceber que esta é uma profissão que decorre muito da própria prática. Além disso, a imagem que se tem do assistente social e da própria profissão está ligada diretamente às lutas por buscas de direitos.
“Nós precisamos de um aluno que seja formado não só para receber e conhecer as teorias, mas que ele seja também um profissional de intervenção. O Serviço Social tem prestado uma contribuição muito importante na formação das políticas, foi importante quando o Brasil atravessou a ditadura militar e durante a Constituição de 1988. Nós fomos para rua e lutamos pela democracia. Então, é uma profissão em que você não fica só nas instituições, mas também nos conjuntos dos movimentos sociais. Onde há uma luta por direitos, o assistente social está junto”, diz Maria Lúcia Martinelli.
Autor: Talita Santos – Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Rafaela Almeida - Estagiária de Publicidade e Propaganda