Um alerta para as Olimpíadas de 2024: a coqueluche voltou

Autor: *Willian Barbosa Sales

Há um forte aumento no número de casos de Coqueluche por Bordetella pertussis na França desde o início de 2024, segundo o comunicado do Instituto Pasteur. Mais de 1.400 casos foram detectados em abril e mais de 3.000 em maio. Atualmente, pesquisas estão sendo realizadas para investigar a possível resistência aos principais antimicrobianos para o tratamento do microrganismo, uma vez que o combate à resistência é uma das bandeiras levantadas pela saúde única.  

De acordo com o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC), no início deste ano foram registrados aproximadamente 32 mil casos da doença na União Europeia, o que preocupa quando comparado com os 25 mil casos registrados ao longo de todo o ano de 2023. Às vésperas do início dos Jogos Olímpicos em Paris, a agência de saúde francesa Santé Publique emitiu um relatório que indica uma situação epidêmica estabelecida no território.  

Há uma estimativa de 300.000 mil pessoas para abertura dos Jogos, contando com a presença de aproximadamente 10.500 atletas. E onde ocorre aglomeração de pessoas, pode haver a propagação de doenças infectocontagiosas. Presencialmente, ao longo dos jogos são esperados 15 milhões de pessoas, sendo 12% de estrangeiros. Segundo a Nota Técnica Conjunta Nº 70/2024 do Ministério da Saúde (Alerta sobre o aumento global de casos de coqueluche), é estimado que uma pessoa com coqueluche infecte de doze a dezessete outras suscetíveis, pois a transmissibilidade é alta e ocorre de forma direta. Ou seja, de uma pessoa contaminada para outras suscetíveis, a contaminação acontece por meio de gotículas como tosse, espirro, ao falar… 

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de distribuição universal e que tem como agente etiológico a Bordetella pertussis. A infecção compromete o aparelho respiratório e dura de 6 a 10 semanas. Em lactantes, pode resultar em um número elevado de complicações e levar à morte, principalmente em bebês de até seis meses de vida, que ainda não completaram o esquema vacinal primário contra a doença. 

No Brasil, o último pico epidêmico de coqueluche ocorreu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. Entre 2015 e 2019 os casos confirmados variaram entre 3.110 e 1.562. Em 2024, até a Semana Epidemiológica 14, foram confirmados 31 casos. Contudo, esses dados podem mudar drasticamente com o retorno dos viajantes e atletas dos Jogos Olímpicos que tiveram contato com pessoas infectadas.  

A principal forma de prevenção da coqueluche é a vacinação de crianças menores de um ano, aplicação dos reforços aos quinze meses e aos quatro anos de idade, vacinação de gestantes e puérperas e de profissionais da área da saúde.   

*Willian Barbosa Sales é Biólogo, Doutor em Saúde e Meio Ambiente, Coordenador dos cursos de Pós-graduação área da saúde do Centro Universitário Internacional UNINTER.  

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Autor: *Willian Barbosa Sales


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