Tesouros ambientais do Brasil: ameaças e desafios
Autor: Larissa Warnavin e Julia Aparecida de Queiroz Bertoti *O Brasil com sua vasta extensão territorial e riquezas naturais incomparáveis, abriga alguns dos tesouros ambientais mais preciosos do planeta. A diversidade dos biomas brasileiros é um testemunho da generosidade da natureza e da complexidade dos ecossistemas que coexistem em nosso país, são eles: a Amazônia, o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pantanal e os Pampas. Cada um com características únicas e uma rica biodiversidade que buscamos contemplar nesse artigo de forma minimalista, considerando toda a sua grandiosidade.
A Amazônia é o maior bioma brasileiro e um dos mais importantes globalmente. Com uma vasta área de floresta equatorial, participa no processo de regulação do clima global, no sequestro de carbono e na produção de oxigênio. Além disso, é o lar de cerca de 10% de todas as espécies conhecidas no mundo, abrigando aproximadamente 2.500 espécies de árvores e cerca de 30.000 espécies de plantas. Porém, a Amazônia enfrenta ameaças preocupantes, como o desmatamento, a exploração ilegal de madeira, o garimpo e a expansão agropecuária.
O Cerrado é o segundo maior bioma do país e é reconhecido como a savana de maior biodiversidade do mundo. Estima-se que esse bioma possua mais de 6.000 espécies de árvores. Seus campos abertos e matas de galeria abrigam uma rica fauna com uma diversidade incrível de espécies: em torno de 199 de mamíferos, 837 de aves, 150 de anfíbios, 120 de répteis e 800 de peixes de água doce, sendo que muitas só ocorrem nesse bioma. Além disso, é nesse bioma onde se encontram as principais nascentes de importantes rios brasileiros, por isso a recebe a denominação de “caixa d’agua do Brasil”. Infelizmente, o Cerrado também sofre com a pressão da agricultura intensiva e da pecuária, levando à degradação do solo e à perda de habitat.
A Mata Atlântica, que se estende ao longo da costa brasileira, é um dos biomas mais ricos em biodiversidade e um dos mais ameaçados. Apenas 20% de sua cobertura original permanece conservada, devido ao desmatamento histórico e à urbanização. Cerca de 70% da população brasileira vive nesse bioma, que possui cerca de 20.000 espécies vegetais e uma rica diversidade de animais endêmicos. A preservação dos remanescentes de Mata Atlântica é vital para a proteção de inúmeras espécies endêmicas e para a regulação climática do país.
A Caatinga caracteriza-se por um clima semiárido e uma rica vegetação adaptada aos períodos de seca. Embora menos conhecido, este bioma abriga uma biodiversidade surpreendente, incluindo aproximadamente 1.000 espécies de plantas, 178 de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis e 79 de anfíbios e desempenha um papel importante na vida das comunidades locais. A desertificação, resultante do manejo inadequado do solo e das mudanças climáticas, representa uma ameaça constante à Caatinga.
O Pantanal é a maior planície alagável do mundo e um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade. Com suas extensas áreas de inundação sazonal, o Pantanal suporta uma variedade incrível de vida selvagem, cerca de 1.000 espécies de aves, 300 de mamíferos, 480 de répteis, 1.100 de borboletas e 260 de peixes. No entanto, o bioma enfrenta desafios como a expansão agrícola, a pesca predatória e as mudanças climáticas, que afetam os ciclos de inundação e a saúde dos ecossistemas.
Os Pampas, localizados no sul do Brasil, são conhecidos por suas vastas planícies de gramíneas. Abriga cerca de 3.000 espécies de plantas, das quais muitas são gramíneas e ervas adaptadas ao clima temperado. Em termos de fauna, ele é o lar de aproximadamente 500 espécies de aves, 100 de mamíferos, 50 de répteis e 40 de anfíbios. Este bioma é fundamental para a população do Rio Grande do Sul e para conservação da biodiversidade, mas a monocultura e a urbanização têm levado à degradação do solo e à perda de habitats.
A diversidade dos biomas brasileiros é um patrimônio natural de valor incalculável para a biodiversidade mundial, mas enfrenta ameaças significativas que exigem ação urgente e coordenada. A proteção dos nossos biomas não é apenas uma questão ambiental, mas também de sustentabilidade e de justiça social, uma vez que muitas comunidades dependem diretamente desses ecossistemas para sua sobrevivência.
Portanto, é imperativo que governos, organizações do terceiro setor, empresas e cidadãos trabalhem juntos para desenvolver e implementar estratégias eficazes de conservação e uso sustentável dos recursos naturais. Só assim, poderemos garantir que os tesouros ambientais do Brasil continuem a prosperar e a contribuir para a biodiversidade global e o bem-estar das futuras gerações.
(*) Larissa Warnavin é geógrafa, mestre e doutora em Geografia. Docente da Área de Geociências do Centro Universitário Internacional Uninter.
(*) Julia Aparecida de Queiroz Bertoti é bacharela e licenciada em Ciências Biológicas e mestranda em Ecologia e Conservação. Docente da Área de Geociências do Centro Universitário Internacional Uninter.
Autor: Larissa Warnavin e Julia Aparecida de Queiroz Bertoti *