TCC de alunas de Engenharia de Produção chama atenção da Renault
Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
O trabalho de conclusão de curso (TCC) é um importante passo na graduação e uma oportunidade de aumentar o portfólio do estudante. As alunas de Engenharia de produção Débora Cristina Dias e Crislaine Viana, por exemplo, chamaram atenção ao desenvolver um projeto focado em uma solicitação de inovação da fabricante de veículos Renault.
O projeto visa usar PET reciclado de aterros como isolante térmico para veículos automotivos. Este trabalho foi um dos poucos convidados pela Renault para ser apresentado na Semana de Inovação. Além disso, a montadora disponibilizou um veículo para testar o projeto. O tema escolhido pelas alunas no TCC foi “Redução da transferência de calor para o interior do veículo”, sob orientação do professor Marcos Proença.
Durante a pesquisa, elas fizeram um comparativo com o EPS (popularmente conhecido como isopor), verificando qual seria a melhor opção para seguir adiante. Segundo as alunas, os resultados obtidos por meio dos testes foram bastantes semelhantes, porém a decisão foi de seguir com o PET. “Além de possuir ótima capacidade de isolamento térmico, estamos contribuindo para a logística reversa deste material, reduzindo o impacto ambiental causado pelo descarte do mesmo”, afirma Débora.
“Foram realizados vários testes e então desenvolvemos um feltro de PET juntamente com o fornecedor. Utilizando o feltro nos testes de laboratório, obtivemos resultados bastante significativos”, salienta Débora. A próxima etapa será a realização de teste no veículo, e a companhia já disponibilizou dois veículos para essa finalidade.
Ao longo de vários testes com diferentes materiais, tais como feltro de PET, PET picotado, alumínio e EPS, chegou-se a um produto final: uma parede composta por um recipiente revestido com uma camada de feltro de PET, PET picotado e uma camada adicional de feltro de PET.
Débora detalha o processo. “Os dois recipientes foram revestidos primeiro com uma camada de papel alumínio no seu interior, em seguida foram adicionadas duas camadas de 3 milímetros de feltro PET cada e entre as camadas de feltro foi inserido PET picotado. Para que o PET se mantivesse no lugar, foi utilizada fita dupla face no feltro, buscando garantir um espaçamento de ar entre as camadas”, explica.
“O PET picotado foi somente colocado sobre a fita, sem ser pressionado na hora da montagem no recipiente, garantindo assim que não houvesse compressão entre as camadas. Após, foi inserido o sensor de temperatura em seu interior, realizada a vedação com fita isolante e mantidas as condições conforme testes anteriores, sendo a temperatura externa estável em 22ºC”, complementa a aluna. Durante o teste, a temperatura máxima alcançada no interior do recipiente foi de 13ºC, a melhor marca registrada em todos os testes.
Para a aluna, ser reconhecida pela companhia é muito gratificante. “A semana da inovação é nível LATAM (ou seja, são convidados os melhores projetos da América Latina). Poder compartilhar nosso trabalho, levando o nome da Uninter foi muito prazeroso, pois a organizadora do evento disse que não se lembra de a Uninter ter participado de nenhum evento como esse na companhia”, destaca.
“Gostaria de reforçar a importância de poder participar de um tema de TCC e realizar o teste na prática. Acredito que muitos não têm o conhecimento desta oportunidade, e, com a orientação do professor Marcos Proença, conseguimos um resultado muito significativo para a pesquisa”, ressalta a estudante.
O professor Marcos Proença fala sobre algumas questões que se apresentaram ao longo do projeto: “Os principais desafios foram encontrar as soluções físicas e ambientais para simular o interior do veículo, com uma mensuração adequada de temperatura”, descreve.
O orientador ainda destacou a capacidade das alunas quanto ao desempenho no trabalho. “Tenho orgulho pelo que já realizaram e acredito que devam ser motivo de orgulho institucional, pela forma que nos representam frente a uma multinacional de grande porte como esta montadora. Não é para qualquer um”, finaliza.
Autor: Matheus Pferl - Estagiário de JornalismoEdição: Arthur Salles
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