Sustentabilidade domina os três dias do 6º Simpósio de Engenharias e Tecnologia

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

A tecnologia como vetor da sustentabilidade foi o grande tema do 6º Simpósio de Engenharias e Tecnologia, realizado pela Escola Politécnica da Uninter. A coordenadora dos cursos de pós-graduação da área de meio ambiente, Sandra Lopes, destacou a importância da COP-26, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Esses encontros ocorrem todos os anos, mas alguns deles são marcantes pelo impacto das discussões, como a Rio-92 e a Paris-2015.

Esses eventos buscam pensar nas gerações futuras e sobre como viver de uma maneira sustentável de modo a reduzir o aquecimento global. A partir disso, foram criados os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), um conjunto de 17 metas globais visando à sustentabilidade. Nelas, se inserem a engenharia e as tecnologias, daí a razão do simpósio da Uninter.

Sandra Lopes destacou uma alternativa no combate à emissão de gases, os sumidouros naturais de CO2, um dos gases que mais contribuem para as mudanças climáticas. “Esses sumidouros são uma alternativa da engenharia que retira do ar o CO2 e transporta para esses locais específicos, que são naturais. São eles o solo, a floresta e os oceanos”, explica.

Segundo a professora, os sumidouros são projetos caros, audaciosos e ousados. “É uma inovação, mas já estamos há 15 anos na área ambiental tentando implementar isso. Com a alta tecnologia, o CO2 é injetado no solo, em sua parte mais profunda, onde gera um biocombustível. Porém, algumas empresas não veem com bons olhos pelo seu alto investimento. Não é uma tendência que os sumidouros se popularizem como outras alternativas, mas é uma grande sacada”, ressalta.

Esse processo exige muito cuidado e conhecimento, e um monitoramento constante. “Eles são colocados com sondas em locais profundos, onde já haviam combustíveis fósseis, para que com muitos anos esse CO2 se transforme em combustível fóssil. Para isso, é preciso desenvolver tecnologias de captura, de transporte e de armazenamento do dióxido de carbono”, explica.

Além dos sumidouros, existe outro projeto da Nasa que visa usar sacolas plásticas, que estão flutuando no mar, para cultivar algas. Com isso, é feita uma barreira com as sacolas plásticas e as algas, que são usadas para capturar o dióxido de carbono e produzir o biocombustível. “Vejam o quão a engenharia e a tecnologia estão rompendo barreiras e indo além do que a gente imaginava. As tecnologias estão muito aprofundadas”, salienta Sandra.

Quando falamos em sustentabilidade, não podemos pensar só em meio ambiente, temos de pensar em todo o entorno de qualquer empreendimento e atividade. A sustentabilidade é corporativa, ambiental e especialmente social, envolve e impacta as pessoas que vivem ao redor. “Não existe uma fórmula, cada lugar tem características diferentes e particularidades, não existe uma receita de bolo”, destaca Sandra.

Após essa discussão, foram apresentados alguns trabalhos de pesquisa desenvolvidos por alunos e professores da Escola Politécnica.

Energias fotovoltaicas e geração distribuída

No segundo dia do simpósio, o debate girou em torno das energias fotovoltaicas e geração distribuída. O professor Fausto Batista Felix Silva, coordenador do curso de engenharia elétrica na Unibrasil, definiu a geração distribuída como a energia elétrica gerada no local de consumo ou próximo a ele, abrangendo diversas fontes renováveis, como a solar, eólica e hídrica.

Dentro da geração distribuída temos a microgeração distribuída (com potência até 75kW) e a minigeração distribuída (entre 75kW e 5MW). “A geração distribuída está em expansão, e a evolução da economia está diretamente ligada à necessidade dessa expansão”, pontua Fausto.

Outro tema abordado foi a captação de energia solar através do sistema fotovoltaico, que funciona com base em alguns componentes. “O painel fotovoltaico faz a absorção da radiação solar e transforma em energia, após isso existe uma série de elementos, entre eles o inversor, que transforma a energia absorvida pelo painel fotovoltaico na energia para sua casa”, conclui Fausto.

Desenvolvimento sustentável

No terceiro e último dia do simpósio, a discussão seguiu direcionada para a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável, com a professora Lisandra Moreno, coordenadora do curso de engenharia ambiental no Centro Universitário União da Vitória (Uniuv). Sustentável é um termo que se refere ao uso de recursos naturais de maneira equilibrada, e de forma a poupar esses recursos para que estejam sempre disponíveis.

“É um adjetivo que representa a responsabilidade que esse meio, essa organização ou esse sistema está tendo, com ações visando a utilização inteligente dos recursos naturais. Um sistema sustentável consegue manter suas características e sua qualidade mesmo diante da exploração de recursos e das ações provocadas pelo ser humano”, descreve Lisandra.

Já o desenvolvimento sustentável preconiza que as nossas ações atuais não vão comprometer o uso de recursos pelas gerações futuras. Trata do consumo e da utilização de forma inteligente, mantendo essa disponibilidade para as gerações que vem à frente. Não está só associado ao meio ambiente, envolve questões da sobrevivência humana, pontua Lisandra.

Desenvolvimento sustentável representa ações ou projetos para que se chegue à sustentabilidade. Sustentabilidade é a meta ou o parâmetro, onde queremos chegar, e para isso precisamos estabelecer uma regra para mensurar essa sustentabilidade. “Somente mensurando podemos fazer um bom planejamento de ações e medir se as ações estão sendo suficientes para que atinjamos este objetivo”, completa Lisandra.

O tripé da sustentabilidade abrange questões ambientais, econômicas e sociais. Desse modo, Lisandra cita alguns desafios para se atingir essa meta, tais como a emissão de gases na atmosfera, a crise climática, a insegurança alimentar, e a exploração excessiva dos recursos naturais, a poluição do ar, da água e do solo.

Você pode acompanhar os três dias do 6º Simpósio de Engenharias e Tecnologia no canal da Escola Politécnica no YouTube.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Pexels


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