Sol não é o único responsável pelo câncer de pele

Camila Toledo – Estagiária de Jornalismo

A primavera mal começou, mas as altas temperaturas lembram outra estação do ano. Como a “antecipação” do verão, crescem alguns riscos à saúde. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2016 foram registrados mais de 596 mil casos dessa doença no Brasil. O câncer de pele é o mais comum tanto no homem quanto na mulher, com 175.760 novos casos todos os anos.  Um dos principais fatores da causa da doença é a exposição solar. Mas o sol não é o único culpado por esses números.

Professora  e editora da Revista de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Uninter, Márcia Maria Fernandes de Oliveira realiza palestras de conscientização sobre o câncer de pele. As palestras acontecem desde 2010, quando ela defendeu a sua tese de doutorado sobre o assunto. Traçando uma relação entre os índices dos raios ultravioletas com a doença no estado do Paraná, a professora apresenta a influência do meio ambiente no câncer de pele.

“Existem variáveis que sociais entre a relação do Índice Ultravioleta e o câncer de pele?”, “Os fatores genéticos influenciam no desenvolvimento do câncer de pele?”, “Quais são as características socioeconômicas das pessoas mais acometidas pelo câncer de pele?”, “A ocupação profissional relaciona-se à maior incidência ao câncer de pele?” e “Segundo o INCA e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o índice de câncer de pele tem aumentado. Como se encontra a evolução desta doença no Brasil e no estado do Paraná?”. Essas são as questões que nortearam a tese da professora.

Na pesquisa também está presente a análise da doença conforme a variação da cor da pele, escolaridade, faixa etária, renda e ocupação profissional. Além disso, a professora também comenta sobre alimentos que podem provocar o aparecimento do câncer de pele e os que ajudam a combater e evitar a doença. Em suas palestras todos os conteúdos apresentados são para a conscientização de que a prevenção é necessária.

Usar o protetor solar a cada duas horas, ter uma boa alimentação, usar óculos de sol e chapéu são atitudes básicas para prevenir o câncer de pele.  Mas a professora chama atenção para um fator pouco lembrado. Quando nos estressamos nossas células se contraem e causam uma desordem que é causadora da doença. “Estresse. Não se estresse por pouco. Vamos tentar levar a vida de uma maneira mais leve”, aconselha a professora.

Dicas de Prevenção

Além de uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda a adoção das seguintes medidas de proteção:

  • Usar chapéus, camisetas e protetores solares.
  • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16h (horário de verão).
  • Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
  • Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao usar o produto no dia-a-dia, aplicar pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
  • Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
  • Consultar um dermatologista no mínimo uma vez ao ano para um exame completo.
  • Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses de idade.

Edição: Mauri König

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