Síndrome de Ménière: o que é e como afeta a qualidade de vida

Autor: Patrícia Oliveira*

A síndrome ou doença de Ménière foi identificada no início do século XIX pelo diretor do Instituto dos Surdos e Mudos de Paris, Prosper Ménière. É caracterizada como um distúrbio crônico no ouvido interno e conhecida como hidropsia endolinfática, pois ocorre um aumento do volume da endolinfa dentro do labirinto, provocando uma distensão desse compartimento por aumento da pressão interna.

O labirinto é um conjunto de arcos semicirculares que possuem líquidos em seu interior chamados de endolinfa. A movimentação destes líquidos, que ocorre sempre que nos movemos ou mudamos de posição, é transformada em sinais elétricos que vão para cérebro, onde eles são interpretados de forma a identificar nossa real posição no espaço. Graças a correta interpretação dos dados obtidos através da movimentação da endolinfa é que conseguimos nos manter sempre em equilíbrio, mesmo de olhos fechados.

Na síndrome de Ménière, a pressão aumentada no ouvido faz com que os sinais enviados ao cérebro sejam imprecisos, o que provoca sintomas como vertigem, diminuição da audição, zumbido e sensação de ouvido entupido, em episódios que podem durar de 20 minutos a 24 horas, interferindo diretamente na qualidade de vida do paciente, que fica incapacitado de realizar suas tarefas cotidianas no trabalho ou em casa durante e após as crises.

Náuseas e vômito são frequentes na fase aguda da vertigem, bem como a dificuldade de se manter em equilíbrio, sensação que pode permanecer por mais alguns dias após a crise. O zumbido que o paciente ouve pode ser parecido com um chiado ou som agudo, contínuo ou intermitente. A perda da audição é flutuante, com períodos que se alternam entre o agravamento e a melhora espontânea. Dessa forma, a doença pode ser confundida com um mal estar temporário ou com a labirintite no seu estágio inicial. Mas, conforme ela progride, pode causar perda auditiva de baixa e alta frequências, por isso, a importância do diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

As causas da Síndrome de Menière ainda não são bem elucidadas, mas especialistas apontam relações com o diabetes, hipertensão, doenças autoimunes, infecções, traumas cranianos, problemas metabólicos, variações anatômicas no ouvido interno e predisposição genética no aumento da pressão da endolinfa. Os critérios para o diagnóstico foram propostos pela Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia da Cabeça e Pescoço e incluem história de pelo menos dois episódios de vertigem com duração mínima de vinte minutos, zumbido no ouvido e confirmação da perda auditiva através do exame audiométrico, além do descarte de outras doenças.

Não há cura para a doença e o tratamento ocorre para minimizar os sintomas que atrapalham a qualidade de vida de quem sofre com o problema, incluindo medicamentos para tontura e enjoo, fisioterapia com terapia de reabilitação vestibular para o equilíbrio, uso de aparelho auditivo e mudanças significativas no estilo de vida e alimentação, evitando estresse e excessos no consumo de álcool, nicotina, cafeína e sal.

* Patrícia Oliveira é professora de Anatomia e Fisiologia da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades da Uninter.

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Autor: Patrícia Oliveira*
Créditos do Fotógrafo: PublicDomainPictures/Pixabay


6 thoughts on “Síndrome de Ménière: o que é e como afeta a qualidade de vida

  1. Eu fui diagnosticado com a síndrome de meniere !
    Atualmente estou muito bem, isso após +/- 3 anos de tratamento !
    Passei um período com muitas tonturas !
    Muito sofrimento !
    Hoje quase não sinto mais tonteiras, porém zumbidos e chiados não acaba por nada !

  2. Estou com perda moderada de audição no ouvido esquerdo, zumbido, desequilibro e sensação de ouvido tampado, isso já quase 3 anos, esses sintomas são initerruptos, essa semana fui diagnosticada com síndrome de meniere. Pelo que entendi aqui os sintomas são esporádicos, são crises que logo passam, então minha dúvida é, será que meu problema é realmente meniere, já que não tenho crises e sim todos esses sintomas que citei acima soros os dias, sem trégua por quase 3 anos.

  3. Tenho sindrome de meniere diagnosticada em 2009. Desde então convivo com o zumbido ininterrupto e crises que se acentuam ao longo dos anos.
    Durante este tempo aprendi a conviver com a doença, descobri que longos periodos sem se alimentar desencadeiam crises vertiginosas.
    Muitos indicam não beber muita água, mas comigo funcionou justamente o oposto. 2 litros de água por dia e dieta sem sal, açucar, cafeína e refrigerantes me ajudam a ficar longe das crises. Para finalizar rotina de exercícios constantes.
    Espero chegar o dia que exista uma cura permante.

  4. Perdi audição do ouvido esquerda. Só ouço zumbidos. Crise só me vem em alto nível de stress. Já sei identificar quando vou ter crise, o zumbido se intensifica

  5. Meu esposo foi diagnosticado com essa síndrome a pouco tempo, ele tem feito tratamento, mas tem tido alguns episódios de crise. Agora estou estudando mais sobre a doença para ajudá-lo a conviver melhor com isso e evitar que crises ocorram. Ótima matéria.

    Obrigada

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