Seminário multidisciplinar de geociências debate pesquisas realizadas por egressos
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de JornalismoEscola Superior de Educação (ESE) da Uninter realiza seu último Seminário Multidisciplinar do ano, dessa vez na área de Geociências. O evento aconteceu entre os dias 1º e 2.dez.2020, numa parceria entre a ESE e o Departamento de Egressos, que este ano passou a incorporar ex-alunos em publicações de pesquisas no Caderno Intersaberes. A ideia é que esses profissionais possam divulgar resultados de seus estudos através da formação e experiências que obtiveram no mercado de trabalho.
“É sempre um orgulho e também faz com que nós tenhamos cada vez mais responsabilidade e compromisso pela excelência do ensino, pelo compromisso com todos os nossos alunos, que colocam toda a expectativa de uma mudança de vida, buscando o curso superior na Uninter e também na ESE”, afirma a professora Renata Garbossa, coordenadora da área de Geociências.
Sidney Lara, gestor do Departamento de Egressos, diz que o sucesso de cada profissional que se forma na instituição “é também sucesso da Uninter”. A professora Dinamara Machado, diretora da ESE, completa ao dizer que eles são o maior patrimônio de uma universidade, pois seguem aplicando os conhecimentos adquiridos na graduação. Segundo a diretora, é importante que permaneçam próximos, já que isso colabora até mesmo para a melhoria da instituição e da formação dos estudantes.
“Dentro da grandiosidade da Escola Superior de Educação, nós temos quase 120 mil alunos, a gente reconhece um aluno pelo nome. Para mostrar que educação a distância não significa você estar distante dos alunos, educação a distância se faz junto com os alunos em um processo de crescimento. E agora esses egressos estão fazendo projetos não só nas suas vidas, mas na vida de outras pessoas. Vocês têm muito para contribuir para esse país, muito para desenhar ainda um novo cenário, porque é possível, sim, fazermos um país diferente”, salienta a diretora.
Conjuntura e Debate
O primeiro dia de evento foi marcado por relatos das trajetórias de dois egressos do curso de licenciatura em Geografia. Paulo Fernando da Silva, do polo de Cachoeira do Sul (RS), obteve o melhor desempenho, entre os estudantes da Uninter, na prova do Enade, com nota máxima. Já Gasparina Souza, do polo da Fazenda Rio Grande (PR), foi uma das estudantes que participaram do reconhecimento do curso, que também recebeu a maior nota.
Atualmente, Paulo atua no exército e Gasparina está na área da saúde. Mesmo que os profissionais ainda não estejam desempenhando funções na educação, eles afirmam que é possível integrar a geografia nos trabalhos realizados. “Tudo o que está inserido no espaço tem a ver com a geografia, então a gente sempre consegue. É uma área que tem espaço em qualquer lugar”, afirma o egresso.
Os ex-alunos ressaltam o excelente atendimento recebido nos polos e o esforço de toda a equipe para tornar o sonho do diploma uma realidade. Além de revelarem os planos para o futuro, que vão desde a realização de mestrados até a abertura de escolas.
“Não desistam. Embora a gente encontre dificuldade pelo caminho, não existe vitória sem a busca pelo conhecimento, sem o esforço e empenho de cada um”, finaliza Gasparina.
Em um segundo momento, foi a vez de André Leone Facundo, Sandro de Araujo e Natasha Lemos apresentarem pesquisas realizadas por eles e publicadas no Caderno Intersaberes “Geociências – Conjuntura e Debate” deste ano. O bate-papo foi mediado pelos professores André Frota e Nicole Witt.
André Leone, do curso de Geografia no polo de Fortaleza (CE), pesquisou sobre “O processo de desertificação no núcleo de Irauçuba, Ceará: fatores ambientais, uso e ocupação do solo”. Sandro, do curso de Ciências Biológicas no polo de Pinhais (PR), realizou estudo acerca das “Abelhas nativas e sua adaptabilidade ao ambiente urbano”. Por último, Natasha, do curso de Geografia no polo de Humaitá (AM), apresenta a publicação “Reflexões sobre o uso e ocupação de território no contexto da Amazônia brasileira”.
“Acredito que que a Geografia e as Ciências Biológicas são ciências que se aproximam muito pelas questões ambientais, principalmente. Pelo estudo do ambiente em uma perspectiva não apenas da natureza intocada, mas da gente trazer também o homem como parte do processo, seja um agente social de transformação positiva, seja um agente social que atua de forma muitas vezes degradante. Infelizmente, a gente percebe que o positivo é menos participante do que a gente percebe das ações antrópicas negativas. Eu gostaria que fosse o contrário. Estamos aqui, quem sabe, pensando e criando forças, uma cosmovisão, uma forma da gente pensar, dar uma interferência diferente”, diz a professora Nicole.
O tempo e o espaço: implicações sociais
O segundo dia de seminário foi marcado pelas histórias de Marcos Fabrício Bittencourt, do polo de Itajaí (SC), e Enrique Piñeyro Gonzalez, de Curitiba (PR). Os egressos são licenciados em Geografia, mas já atuavam na área da educação. Hoje, Marcos é diretor de uma unidade escolar de ensino fundamental e presidente do conselho do Fundeb onde reside.
Enrique é uruguaio, mas vive no Brasil há 13 anos. Ao chegar aqui, já possuía formação jurídica e realizou uma licenciatura para dar aulas particulares de espanhol. Devido à rotina de professor e ao trabalho em uma empresa de comércio exterior, optou pelo curso EAD para conseguir conciliar a vida acadêmica e profissional.
Sidney Lara ressalta que é por causa de histórias como as de Marcos e Enrique que os projetos vêm sendo desenvolvidos na Uninter. “Eu trabalho com muito amor e responsabilidade, porque eu sei da qualidade dos professores que nós temos e da qualidade desses professores que hoje estão formados. Nós temos obrigação com vocês, enquanto alunos, no acompanhamento, no desenvolvimento de projeto, de carreira, empregabilidade e publicações”, completa o gestor.
No segundo bloco do último dia do evento as egressas Marney Mingote, do polo de Sete Lagoas (MG), e Marciane Miranda, do polo de Piraquara (PR), apresentaram as pesquisas realizadas para o trabalho de conclusão de curso (TCC), publicadas posteriormente no Caderno Intersaberes “O tempo e o espaço: implicações sociais” de 2018.
Marney, que é professora e produtora rural, já atuava com educação quando decidiu ingressar no curso de Geografia. Foi durante o estágio que decidiu abordar o tema “Desafios e possibilidades: o ensino de Geografia na perspectiva da Educação Inclusiva no 6º ano do ensino fundamental II”. A pesquisa partiu de uma dificuldade de compreensão dos alunos sobre a disciplina.
“O 6º ano é um mundo de outras possibilidades, outros componentes curriculares. Quando eu me deparei com essa situação, eu vi que realmente necessitava de uma mudança de paradigmas, de um projeto político pedagógico voltado para essa turma, para que eles não se sentissem tão perdidos. Uma escola preparada para todos garante que o aluno saia de lá satisfeito, sabendo aquilo que ele foi buscar, que é o conhecimento”, explica.
Já Marciane atua há 6 anos na educação infantil de Piraquara. Embora a cidade seja conhecida como a capital da água, a egressa afirma que percebeu que “há a necessidade do cuidado sobre o saneamento básico”. E foi por essa curiosidade de entender melhor o meio ambiente em que vive que optou pelo curso de Geografia. O tema pesquisado por ela foi sobre o cuidado das águas.
A professora Maria Eneida, que mediou o segundo dia de debate com o professor André Frota, afirma que ainda que sejam temas distintos, Marney e Marciane trazem questões importantes relacionadas à área de atuação.
“Ambas falando desta compreensão que o curso de Geografia traz a respeito da realidade, do espaço geográfico, da organização da sociedade, da relação sociedade-natureza. É importante para a gente mudar a nossa visão de mundo, entender com mais criticidade. E a importância de isso ser socializado com as gerações que estão vindo”, completa a professora.
Além dos egressos, os polos de todo o Brasil foram representados pelas orientadoras educacionais de Cachoeira do Sul, Priscila Silveira, e de Itajaí, Laudemia Martin, durante o primeiro e segundo dias de evento, respectivamente.
“A Uninter está de parabéns, porque envolve, faz com que o aluno participe, dá muitas oportunidades do curso de extensão. Espero que nós tenhamos muito mais alunos acadêmicos envolvidos, todos estão de parabéns”, finaliza Laudemia.
O evento foi transmitido ao vivo e os bate-papos completos seguem disponíveis para acesso, através da página de Geociências e do canal da Escola Superior de Educação da Uninter.
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Maravilha. Excelente momento de socialização do conhecimento