Sandra Barwinski é indicada a prêmio por sua luta pelas mulheres

 

Heloisa Alves Ribas – Estagiária de Jornalismo

O direito ao voto feminino (1932), a Lei Maria da Penha (2006) e a Lei do Feminicídio (2015) são apenas algumas das conquistas das brasileiras. Para homenagear as mulheres que vêm contribuindo para o pleno exercício da cidadania, da defesa dos direitos da mulher e das questões de gênero, a Câmara dos Deputados instituiu em 2003 o Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queiroz.

Médica paulistana, Carlota Pereira de Queirós foi a primeira mulher eleita deputada federal no Brasil. A política entrou em sua vida durante a Revolução Constitucionalista de 1932, quando o estado de São Paulo rebelou-se contra o governo provisório de Getúlio Vargas. Junto com a Cruz Vermelha paulista, ela organizou um grupo de 700 mulheres para dar assistência aos feridos. Foi fundadora da Associação Brasileira de Mulheres Médicas e integrou a Academia Paulista de Medicina e a Academia Nacional de Medicina de Buenos Aires.

Neste ano, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados recebeu 27 indicações de candidatas a receber o diploma. Entre as indicadas está a advogada paranaense e mestranda em Direito da Uninter Sandra Lia Leda Bazzo Barwinski. Segundo ela, foi uma grande surpresa, afinal honrarias não fazem parte do seu cotidiano. “Eu gosto muito de trabalhar. Normalmente [esse trabalho] exige muito esforço, uma postura combativa e enfrentamentos difíceis. Então, momentos como este são singulares”, diz.

Mas Sandra não foi indicada de modo aleatório, pelo contrário. Há 13 anos desenvolve atividades junto à OAB/PR, primeiro à frente da Comissão da Mulher Advogada, com foco na valorização e motivação profissional, cumulando com ações voltadas ao aprimoramento das políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres. E como essa temática tomou grandes proporções, foi criada a Comissão de Estudos sobre Violência de Gênero, em 2013. Desde então, o foco é exclusivo no combate à violência de gênero.

“Em 2006 criamos na OAB/PR o Grupo de Trabalho para Implementação da Lei Maria da Penha no estado, o qual coordenei, que teve o grande mérito de sensibilizar o Tribunal de Justiça do Paraná e conquistar a criação e instalação do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Curitiba, além de outros importantes feitos”, explica a advogada. “Em 2012 coordenei os trabalhos da sociedade civil e movimentos feministas para a audiência pública da CPMI da Violência contra a Mulher no Brasil, que foi um verdadeiro marco nas ações de enfrentamento à violência contra as mulheres”, diz.

Segundo a mestranda, além dessas ações que vêm realizando em todos esses anos, as que considera de maior impacto são realizadas coletivamente pelas organizações de mulheres que ela diz ter a honra de integrar. “Ainda neste período, realizei mais de uma centena de palestras para os mais diversos públicos, sempre com o objetivo de informar e sensibilizar sobre direitos humanos e sobre a importância das ações de enfrentamento à violência de gênero”, conta.

Sandra integra o seleto grupo de juristas do Comitê Latino Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM/Brasil), uma das organizações responsáveis por submeter o caso Maria da Penha à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e também por elaborar o projeto que veio a se tornar a Lei Maria da Penha. Ela também atua como consultora da Comissão Nacional Especializada de Violência Sexual e Interrupção da Gestação prevista em Lei, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e ainda é líder da causa Combate à Violência contra a Mulher do Grupo Mulheres do Brasil no Paraná.

“Em primeiro lugar, em tempos difíceis como o atual, nos quais nos deparamos com tantas controvérsias, rupturas, incompreensões, violências, violações de direitos, a indicação soou como um alento, que encoraja e revigora. Não só a mim, mas a todas as mulheres que apoio e que me acompanham. Acredito que pela simbologia, ser indicada ao Diploma Mulher-Cidadã que homenageia Carlota Pereira Queiroz, primeira parlamentar a integrar a Câmara Federal, incentiva a continuar e impulsiona novas incursões na defesa dos direitos das mulheres”, conclui Sandra.

Das 27 indicadas, cinco serão agraciadas com o diploma. A escolha será feita em eleição realizada durante reunião deliberativa da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher no dia 30 de agosto. A entrega do Diploma Mulher-Cidadã acontecerá em sessão solene da Câmara dos Deputados no dia 26 de outubro.

Edição: Mauri König

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2 thoughts on “Sandra Barwinski é indicada a prêmio por sua luta pelas mulheres

  1. Premio mais que merecido. E vale lembrsr que o tema de pesquisa de dra. Sandra é exatamente sobre a questão da violência contra a mulher e a lei Maria da Penha. Será sucesso podem acreditar.

  2. Parabens a advogada Sandra, mulher dinâmica, trabalhadora e militante voluntária nas causas femininas e humanitárias. A firmeza e petsistencia em projetos que muitas vezes lutou sozinha, ja fizeram historia no Parana. Merecido prêmio .

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