Rogéria, a prova viva e bem-sucedida de que vale a pena não desistir

Contabilizando duas décadas de existência, a Uninter é uma instituição que faz parte da história de vida de milhares de pessoas que, desde o ano 2000, na então Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter), tiveram a oportunidade de conquistar um diploma de ensino superior.

Rogéria Bernardo de Oliveira, 54 anos, formou-se na primeira turma do curso de Administração, em 2004. A administradora, que se tornou colaboradora da instituição para quitar seu débito estudantil, tem uma ligação muito especial com a Uninter.

Desde que decidiu ingressar no curso, Rogéria enfrentou vários desafios em sua trajetória, e alguns deles surgiram antes mesmo do início das aulas. Por se identificar com as rotinas de escritórios, decidiu que Administração seria o curso ideal. Ela então escolheu a Uninter, por considerar que a instituição oferecia o melhor custo-benefício naquele momento, mas perdeu o emprego antes mesmo do vestibular.

Mesmo diante da dificuldade, e tendo duas filhas para sustentar, aos 34 anos de idade ela se apoiou na força de vontade para seguir atrás de seu sonho profissional. “Fui com a cara e com a coragem, apenas com o dinheiro da inscrição do vestibular e, depois de aprovada, esperando conseguir o FIES”, lembra.

Após a aprovação, a aluna conseguiu 70% de subsídio na mensalidade pelo Financiamento Estudantil (FIES), mas conta que sempre ficava devendo os 30% restantes. Durante o curso, conseguiu um estágio no Banco do Brasil, que lhe pagava uma bolsa auxílio, mas a situação financeira era bem difícil.

Ao final da graduação, decidiu se oferecer para trabalhar no setor financeiro da faculdade em troca da quitação de sua dívida. Mas, depois de um mês nessa condição, veio a grande surpresa: Rogéria foi convidada a integrar o quadro de colaboradores.

“Ser contratada, principalmente pela própria instituição na qual me formei, foi um prêmio. Acredito que naquele momento o que contribuiu foi minha força de vontade, coragem e minha sinceridade”, conta.

Durante os cinco anos em que trabalhou na Uninter, três deles no financeiro e outros dois no setor pedagógico, a profissional conseguiu realizar outros cursos com apoio da instituição. Rogéria concluiu dois Master of Business Administration (MBA) pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão (IBPEX), um em gestão de pessoas e outro em gestão e segurança no trabalho. Além disso, também cursou licenciatura em gestão administrativa pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), seguindo o sonho de ser professora. E se especializou em Educação para Jovens e Adultos pelo PROEJA.

Em 2007, além do trabalho na Uninter, Rogéria começou a lecionar para cursos técnicos em Administração, em disciplinas como Recursos Humanos, Teoria Geral da Administração, Contabilidade Geral e Metodologia da Pesquisa. Como era professora de processo seletivo simplificado (PSS), as aulas eram sempre temporárias, e ela passou por alguns colégios estaduais da região de Curitiba. Ao se desligar da Uninter, em 2009, continuou na educação, mas em 2010 precisou lidar com outro contratempo.

Após um acidente de moto, Rogéria precisou amputar uma perna e ficou desempregada mais uma vez. Até que, no mesmo ano, passou em um concurso para Assistente em Administração na Universidade Federal do Paraná (UFPR), cargo que ocupa até hoje, trabalhando em uma Unidade de Atividades Formativas.

“Hoje, faço uso de prótese, ando muito bem, trabalho, pego ônibus, cuido da minha casa normalmente. Algumas vezes a gente perde e em outras a gente ganha. Sou feliz do jeito que sou hoje, cresci muito, mesmo com todos os percalços que tive. Como sempre falo, se damos passos largos para trás é apenas para dar impulso com passos mais largos para frente”, conta.

Mesmo com uma carreira sólida na área administrativa, a profissional ainda carrega o sonho de cursar mais uma graduação, em Direito. Segundo Rogéria, isso vem da vontade de poder contribuir futuramente com a parcela da sociedade que não tem condições de arcar com os custos de um advogado.

“Não tenho medo de passar mais cinco anos em um banco de sala de aula e o que me motiva é o conhecimento que eu posso adquirir, pois eu passei muitos ‘perrengues’ por não conhecer as leis”, explica a servidora pública.

Apesar dos momentos difíceis, Rogéria carrega consigo muitos aprendizados e uma enorme gratidão pelas pessoas que a ajudaram em sua jornada.

“Muitas vezes vendi salgados à noite na aula para garantir o transporte do dia seguinte. O que me marcou mais ainda foi uma colega se oferecer para me ajudar a pagar a minha colação de grau. Isso para mim não tem preço e sou muito grata a ela. Todas as demais experiências que eu tive que viver foram para que hoje, ao olhar pra trás, eu valorize ainda mais a minha trajetória”, conta.

O mercado de trabalho

Para Rogéria, a carreira profissional para quem se forma em Administração pode gerar certa apreensão quando não se encontra o cargo de ‘administrador’ nas ofertas de emprego. Segundo ela, em todos os âmbitos, o papel deste profissional sempre será necessário, mas muitas vezes ele carrega outro nome, como analista em administração, assistente ou auxiliar administrativo.

Ela acredita que todo aprendizado é bem-vindo e que o profissional da área, com olhar abrangente, mesmo que não esteja no cargo de administrador, sempre terá a oportunidade de colocar seu conhecimento em prática, em qualquer função que venha a exercer. “Que as pessoas que estão ingressando nessa profissão não desistam jamais, mesmo que as dificuldades queiram impedi-los. Depois de quatro anos, eles entenderão que valeu a pena”, salienta.

Rogéria também diz que a formação na Uninter lhe possibilitou realizar seus desejos profissionais. Ela se sente muito grata por ter sido aluna e colaboradora da instituição. “Ajudou na realização do meu desejo de ser professora e apesar de hoje não estar lecionando, tenho esta como profissão também. Eu posso levar a minha formação em Administração para qualquer área profissional. Sou muito grata por ter sido aluna e ter aproveitado para me aperfeiçoar com as especializações que a Uninter me ofereceu enquanto funcionária”, finaliza.

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Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal Rogéria de Oliveira