Rede de Investidores Sociais busca fortalecer investimento social privado

Autor: Nayara Rosolen – Jornalista

O IBGPEX, instituto de responsabilidade socioambiental da Uninter, foi anfitrião da primeira reunião da Rede de Investidores Sociais (RIS) do Paraná em 2024. O encontro aconteceu no Edifício Garcez e reuniu mais de 20 pessoas de organizações sociais de diferentes áreas, na manhã de 5 de março.

A RIS nasceu em 2015 com o intuito de fortalecer e qualificar profissionais que atuam no investimento social privado. Atualmente, a rede é coordenada por quatro grandes empresas de atuação nacional e internacional. O Instituto IBGPEX (representado pela gerente de projetos sociais, Rosemary Suzuki), o Instituto GRPCOM (representado pela superintendente, Ana Gabriela Borges), o Instituto Renault (com a coordenadora de responsabilidade social, Graziela Ramos) e o Instituto Positivo (representado pela diretora executiva, Eliziane Gorniaki).

“Esse momento foi superimportante para estruturar os pilares que vão sustentar essa rede. A gente falou sobre o regimento, que é o nosso norte inspirador e estratégico, sobre como os grupos de trabalho vão atuar, assim como para promover mais conexão entre os integrantes, pensando em como podemos atuar de forma mais colaborativa, com nossos pares em institutos, fundações e outras empresas que atuam na área de responsabilidade social. Os participantes se sentiram realmente partícipes das decisões e da forma como vamos atuar durante o ano, com conexões valiosas”, afirma Ana Gabriela.

Segundo as coordenadoras, o grande desafio da rede está em tornar o grupo ainda mais conhecido e alcançar cada vez mais organizações, que são capazes de unir força em prol da área social. Eliziane faz parte dos membros fundadores da RIS e conta que, quando iniciaram o trabalho enquanto rede, o cenário de fundações e institutos no Paraná era escasso. Poucas que existiam estavam fechando as portas devido à crise econômica de 2014. No entanto, quase uma década depois, vê um movimento contrário, em que as empresas entendem que cada vez mais têm condições de contribuir com a sociedade, para além do produto e do serviço. Ela acredita que a RIS é capaz de apoiá-las e orientá-las nesse caminho.

“Pensando em futuro, temos desafios enormes. Do ponto de vista de pobreza, de fortalecimento da sociedade civil, de equidade, equidade educacional. Temos uma situação de fragilidade em relação ao potencial educacional quando falamos de etnia, de raça […], temos a capacidade de responder cada vez mais e melhor aos anseios da nossa comunidade para que, como sociedade, a gente possa evoluir e ter um espaço comunitário melhor para se viver, com mais oportunidades de trabalho, de interação, com mais lazer, cultura, educação e saúde. Cada empresa aqui dentro tem pensado como o estado do Paraná pode se tornar cada vez melhor, mais acolhedor, justo e igualitário”, salienta Eliziane.

Nesta mesma missão, Rosemary foi escolhida para a coordenação na última renovação de coordenadores, representando o IBGPEX e a Uninter. Dentro da RIS, o instituto já firmou importantes parcerias, como o Projeto Mobiliza, com o Instituto GRPCOM. Para ela, essas articulações entre as organizações é um dos grandes ganhos que se tem dentro da rede. “Isso é importante porque somam forças, somam propósitos para o bem comum. A sociedade se beneficia disso com um investimento social privado”, acrescenta.

Agora como uma das coordenadoras, ela diz que “é uma grande responsabilidade. Como pessoa física estou desde o início, cresci como profissional do terceiro setor nessa rede, aprendi muito e estou nessa coordenação do lado de pessoas que considero minhas mentoras em muitos aspectos, em muitos momentos. Recebo essa incumbência com muita humildade, sabendo que tenho muito, muito o que aprender, mas ao mesmo tempo sabendo que preciso devolver um pouco do que eu já aprendi e já absorvi. De fato, sou a profissional que sou hoje, tenho o conhecimento que tenho, com networking que tenho, com certeza por causa dessa rede”, salienta Rosemary.

O gestor da área de parcerias e projetos sociais da Marista Brasil, Rodolfo Schneider, fez parte da coordenação da RIS de 2017 a 2023 e recebeu um certificado pela atuação durante o encontro. O profissional afirma que o legado que construiu e deixa para as atuais coordenadoras é o estímulo à cultura de doação e do desenvolvimento social privado. Ele vê a rede como uma busca permanente de recursos que possam apoiar as iniciativas que, em tese, seriam do poder público, mas que as empresas podem participar e promover para uma sociedade que tenha oportunidades para todos.

“Percebemos que ainda hoje existem muitas pessoas que não têm acesso adequado à educação, à saúde, mesmo à assistência social. E, de alguma forma, a cada nova empresa que se integra a isso, não necessariamente na estrutura da RIS, mas fazendo atuação na área social, permite com que possamos diminuir e de alguma forma amenizar essas questões que afligem uma parte muito relevante dessas populações”, conclui o profissional.

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Autor: Nayara Rosolen – Jornalista
Edição: Arthur Salles – Assistente de Comunicação Acadêmica


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