Quanto vale a vida humana?
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoA pandemia de coronavírus já ceifou mais de 140 mil vidas no Brasil. No entanto, o impacto psicológico destas milhares de mortes ainda é incerto, pois parte da sociedade passou a banalizar esses números expressivos, o que traz a necessidade da discussão sobre o valor da vida humana.
Para falar sobre isso, o setor de Humanidades da Uninter promoveu, no mês de agosto, a live intitulada Qual o Valor da Vida Humana?, dentro do programa Voz Ativa, realizado através de conferência na página do Facebook da Graduação em Humanidades da Uninter.
A conversa virtual contou com Cícero Bezerra, coordenador da Área de Humanidades, Adriano Lima, presidente do Núcleo Pastoral de Curitiba, e o pastor Flávio Sauerbronn. Cícero iniciou relembrando a importância de trazer temas como esse para discussão no programa, pois ele parte de um princípio interdisciplinar, juntando toda a área de Humanidades.
Adriano parte de um ponto de vista teológico para responder à pergunta central, de qual seria o valor da vida humana. O professor exemplificou a temática com algumas histórias do evangelho de Lucas, como por exemplo o caso do fazendeiro que tinha 100 ovelhas e perdeu uma, e que mesmo assim foi procurá-la, pois todas aquelas vidas eram valiosas para ele.
“Pois bem, pelos preceitos da Bíblia, devemos amar a todos assim como Deus nos amou, sem qualquer relativização, pois a vida é absoluta”, explica. Logo, nos tempos pandêmicos que estamos vivendo, é hora de priorizarmos a vida. Cícero continua o raciocínio comentando que são “tempos de pensarmos em ajudar uns aos outros pelo bem maior”.
Ainda segundo ele, após diversos meses isolados e fragilizados com tudo isso, precisamos encontrar um novo equilíbrio, e a comunidade religiosa se tornou um ponto de apoio para auxiliar a população, deixando de lado alegre de suas festividades e encontros.
Para concluir, o pastor Flávio também contribuiu para o bate-papo versando sobre esse “novo normal” que muitos dizem. Para ele, os fatores analisados precisaram ser todos alterados e o “quem” e o “onde” se tornaram muito mais importantes do que os meios utilizados para tal.
“Uso como exemplo uma situação que a alguns meses eu e a comunidade religiosa que participo vivemos: entregamos o prédio alugado em que realizávamos nossas atividades antes da pandemia para ajudar mais o próximo, com arrecadações e entregas de cestas básicas e afins, já que esse vírus continuaria por muitos meses. Portanto a vida humana deve valer mais do que números ou patrimônios”, conclui.
Confira a transmissão na íntegra clicando aqui.
* Foto: Enterros de indígenas mortos pela Covid-19 em São Gabriel da Cachoeira no cemitério Parque da Saudade, familiares de Felisberto Cordeiro (Foto: Paulo Desana/Dabakuri/Amazônia Real/09/05/2020).
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Paulo Desana/Dabakuri/Amazônia Real/Wikimedia Commons