Quando a arte olha para o mundo

Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo

Maike Moreira tem 37 anos, mas se conectou com o mundo das artes desde muito jovem, por influência do pai, Ivanildo, um artista plástico autodidata. Apesar de já possuir graduação de licenciatura em Artes Visuais e atuar como professor na rede pública estadual do Mato Grosso, o artista decidiu ingressar para o bacharelado do mesmo curso na Uninter, no polo de Rondonópolis (MT), onde reside.

“Resolvi fazer o bacharel para ampliar meus estudos acadêmicos em Arte. Escolhi a Uninter por ser a melhor em termos de aprendizado e conteúdo e conta com professores mais qualificados. Está me dando um leque bem maior em relação ao conceito de Arte e isso está me ajudando muito na produção de minhas obras também”, explica.

O profissional se aventura experimentando várias vertentes artísticas, desde a pintura e o grafite, até esculturas de modelagem em argila. Ele também carrega algumas boas experiências com a exposição de suas obra. Em 2006, Maike foi selecionado para a Bienal Naïfs do Brasil, no Sesc Piracicaba (SP). Já em 2014, ele fez sua primeira exposição com o pai, no Museu Rosa Bororo de Rondonópolis (MT), intitulada Arte e Cores, com inspiração na natureza. Desde então, ele mantém um ateliê próprio no município.

Atualmente, o mato-grossense está com três obras em exposição no site Blombô, do jornalista e crítico de arte Oscar D’Ambrósio: Pietá, Gavião e Guarda-chuva no covid 19. A oportunidade surgiu através de um projeto de capacitação de artistas, que teve o intuito de alavancar o trabalho comercial e artisticamente. Devido à pandemia, a exibição acontece apenas virtualmente.

Em sua análise crítica sobre a Pietá, D’Ambrósio diz que a obra “é um alerta contra a violência institucionalizada. A imagem evidencia que apenas é possível ter esperança em um país melhor quando assuntos que demandam um enfrentamento político urgente sejam priorizados. Isso não significa deixar a saúde pública de lado, mas caminhar ao lado dela para construção de um bem social comum”.

Através do trabalho desenvolvido, o artista busca promover reflexões sobre a diversidade e as desigualdades que ainda podem ser vistas na sociedade, sempre levantando críticas sociais acerca do abuso de poderes e descaso das autoridades perante aqueles que mais necessitam de apoio e cuidado.

“Essas experiências de exposições são fantásticas, eu adoro participar desse movimento. Minha vida está girando em torno disso e quero me focar cada vez mais. Nesses últimos dias, 3 temas têm me chamado a atenção: espiritual, crítica social e os índios bóe bororo. O artista deve ir onde o povo está, então ele deve ser um propositor de reflexões. Meu processo criativo vem dos temas do cotidiano, das injustiças sociais, da falta de ética da política”.

Agora, cursando o primeiro período de Artes Visuais na modalidade a distância da Uninter, Maike busca aprofundar seu aporte teórico para desenvolver um projeto de mestrado. O estudante quer adquirir maiores experiências práticas e fomentar cada vez mais o trabalho desenvolvido por ele através das artes.

“Meu objetivo é me tornar um artista conhecido nacionalmente e levantar as reflexões sociais em meu país através da arte”, finaliza.

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Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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