Qual é o impacto da pandemia na rotina de atletas e profissionais de lutas?
Autor: Eduardo Emilio Lang Mares da Costa*Que a pandemia gerada pelo novo coronavírus provocou mudanças no cenário global, desde o simples gesto de cumprimentar amigos e familiares até as relações rotineiras relacionadas ao trabalho e ao lazer, todos já sabemos. O que muitos não imaginam, é a estratégia que academias e profissionais da área de lutas buscaram para se reinventar e não deixar de atender seus atletas. Professores de diversas modalidades adotaram medidas alternativas para dar continuidade em seus treinamentos. As aulas online, por exemplo, em que professores recorrem a aplicativos de mídia para ter a interação “direta”, sem contato e respeitando o distanciamento social, com seus alunos.
Nesta nova formatação, os alunos acessam as salas virtuais em tempo real e acompanham as orientações de seus “mestres”, realizando os movimentos sugeridos em seu espaço físico disponível. Praticantes e atletas afirmam não ser a forma mais adequada para a manutenção física e técnica de sua respectiva modalidade, porém, acreditam ser a medida mais segura neste momento.
Estão acontecendo alguns eventos a nível profissional, mais especificamente, o UFC. É importante lembrar que, estes atletas sofrem uma enorme pressão de seus patrocinadores e apoiadores. Os organizadores do evento são obrigados a realizar uma série de exames e aferições antes de qualquer evento, visando garantir a segurança de todos os envolvidos. Caso um atleta, árbitro, técnico ou qualquer staff envolvido apresente sintomas ou recusa nos testes direcionados, o mesmo será afastado e não terá contato com os demais. Outra medida adotada é a ausência de público espectador (cadeiras vazias).
Pensando em uma estrutura como a do UFC, imaginamos uma certa segurança, mas a orientação permanece a mesma, isolamento e adiamento das lutas. Recentemente observamos uma situação similar, em que atletas da seleção brasileira de judô viajaram para Portugal almejando a continuidade nos treinamentos direcionados aos jogos olímpicos. Na Europa, os casos ainda de covid-19 continuam, sendo assim, fica a reflexão, até que ponto devemos nos arriscar? Será que as medidas mais simples, como a utilizada por muitos professores de praticantes amadores, não são as mais indicadas neste momento? É realmente necessário a continuidade de um grande evento sob estas condições?
* Eduardo Emilio Lang Mares da Costa é especialista em Fisiologia do Exercício e professor nos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física da Uninter.
Créditos do Fotógrafo: Mirko Zax/Pixabay