Projeto de extensão ampliará atenção a crianças abrigadas em casas-lares

Existem 612 crianças em casas-lares e instituições de acolhimento só no estado do Paraná. Para que essas organizações da sociedade civil (OSCs) tenham condições de prestar o melhor atendimento possível para este público, foi criada em 2006 a Rede Instituições de Acolhimento (RIA).

A RIA ganhou um importante reforço no dia 21 de novembro com o lançamento de um projeto de extensão da Uninter. O projeto surgiu dos resultados de um grupo de pesquisa sobre o perfil dos menores de idade que vivem nas casas de acolhimento, explica o coordenador do curso de Serviço Social da instituição, Dorival da Costa.

A ideia surgiu depois que representantes destas organizações civis passaram a buscar informações e tirar dúvidas sobre gestão junto a profissionais da Uninter. Desse modo, o projeto de extensão visa aproximar os alunos dos cursos de Serviço Social, Educador Social, Ciência Política, Relações Internacionais, Gestão Pública, Gestão de Organizações do Terceiro Setor à vivência destas instituições de acolhimento de crianças e adolescentes.

Realizado no campus Carlos Gomes da Uninter, em Curitiba (PR), o lançamento do projeto contou com a presença de representantes de 15 instituições vinculadas à RIA. A apresentação foi feita pela coordenadora do curso de Gestão de Organizações do Terceiro Setor, Denise Erthal de Almeida, que trouxe informações sobre financiamento, captação de recursos, gestão e dia-a-dia das OSCs.

Segundo a presidente da instituição Casa do Pai, Florinda Scremin as instituições se ajudam inclusive com alimentos e outros suprimentos. “Se na minha instituição estamos sem feijão, jogo na rede e alguém que tenha sobrando me ajuda. Assim vamos dando suporte uns aos outros. Afinal, não estamos competindo”, comenta Florinda.

Antônio Augusto Ortiz, do Lar Infantil Sol Amigo (LISA), destaca que a rede também busca resolver problemas legais que as casas-lares enfrentam, como alvarás e gestão. “Criamos o RIA por uma necessidade resolver problemas comuns à maioria das casas de acolhimento e que sozinhos não seria possível. E transformamos numa plataforma para que até o poder público pudesse colher informações e subsídios com a gente para buscar soluções que atendessem os acolhidos”, explica Ortiz, co-fundador da RIA.

Tanto para Florinda quanto para Ortiz, é importante ter um projeto de extensão para trazer a academia para perto das instituições. “Nem só de números e pesquisas é feito nosso trabalho, é preciso ter amor”, destaca Florinda.

Denise Erthal ressalta a importância de aproximar a teoria da prática. “Nós levaremos uma bagagem teórica e eles têm a prática do cotidiano. Assim, nossos alunos terão maior acesso à prática, e eles terão acesso à teoria” salienta. A coordenadora ainda comenta que o foco em captação de recursos foi devido à percepção que era um debate necessário para as organizações.

Uma das questões que mais teve destaque foi o financiamento por editais de empresas públicas através de projetos, e foi o tema da fala da professora Neiva Silvana Hack, que acabou tirando dúvidas dos presentes e esclarecendo o processo de aceite ou não nos processos.

Durante o evento de promoção do projeto, houve debates sobre os pontos apresentados pelas professoras e sobre as dificuldades encontradas pelas OSCs. Os representantes destas entidades puderam tirar dúvidas e compartilhar experiências, enquanto toda a atividade era transmitida online para os alunos interessados.

Dorival ainda ressalta que os interessados em participar do projeto, mas que não estão matriculados nos cursos citados, podem verificar com seus coordenadores a possibilidade de se inscreverem. O coordenador ainda destaca que há a necessidade de voluntários da área de contabilidade, direito e gestão pública.

Interessados podem entrar em contato pelo telefone do departamento de extensão: 041 3595-8123.

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Autor: Ariadne Körber - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Ariadne Körber - Estagiária de Jornalismo