Programa Educa Brasil promove debates para buscar soluções coletivas à Covid-19
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de JornalismoO programa Educa Brasil é transmitido ao vivo toda terça-feira às 17h pelo YouTube, no canal da Escola Superior de Educação (ESE) da Uninter, e também na página do Facebook da professora Dinamara Machado, diretora da ESE. Uma série de lives estão sendo realizadas neste novo momento do programa, com assuntos relacionados à mudança global que tem acontecido devido à pandemia da Covid-19. Nesta semana, Dinamara conduziu o bate-papo com os professores Sidney de Lara, Luiz Fernando Figueiredo, Glauba Cestari e Lesley-Ann Noel.
“O lema do Educa Brasil é ‘produzindo conhecimento’. Produzimos conhecimento através da interação humana, de ter a coragem de expor suas ideias, de conversar com outras pessoas. O Educa Brasil é uma iniciativa que agrega vários profissionais, pesquisadores, de vários lugares do mundo em busca de apresentar novas perspectivas para a sociedade. Nós estamos em uma série falando de inovações, de criatividade, no tempo da pandemia, mas principalmente no pós-pandemia”, explica Dinamara.
Com o tema “Ideias criativas para um futuro pós-Covid-19”, o assunto central desta terça-feira foi o design thinking, abordagem que busca a solução de problemas de forma coletiva e colaborativa. Lesley-Ann é professora desta área na Universidade Tulane, em Nova Orleans, nos Estados Unidos, e diz que quando fala neste termo, está querendo falar sobre uma maneira criativa de pensar, diferente do usual entre as pessoas que abordam negócios.
“É importante pra gente aprender a prestar atenção nas necessidades das pessoas, precisamos de empatia, aprender a observar muito bem e depois nós respondemos às necessidades que a gente identifica, através de uma solução. Saindo dessa pandemia, nada no mundo vai continuar normal e vamos ter que pensar de maneiras diferentes para sair disso, para criar novas possibilidades de emprego, criar renda, pensar na educação. Tudo isso vamos ter que ser pensado de maneira diferente”, enfatiza Lesley.
Segundo o professor Luiz Fernando, coordenador do núcleo de abordagem sistêmica de design na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o que está acontecendo mundialmente é um processo de “desglobalização”, com a necessidade de um trabalho local. “Não vamos mais trabalhar só com a questão financeira, mas com recurso. Recurso humano, recurso local, troca de recurso e não só troca financeira. São soluções bem particulares e o design tem condições de buscar essas particularidades para uma solução local”, explica ele, que acredita que projetar linguagem adequada para as comunidades seja o maior desafio no momento.
Glauba Cestari, que é doutoranda em design na UFSC, trabalha com comunidades quilombolas no estado do Maranhão e relata as dificuldades que essas comunidades encontram não só de saneamento básico, mas também econômico e de educação, que se agravam ainda mais neste momento de crise e com os poucos recursos a que têm acesso. “Eu ligo isso a uma questão de dimensão política. A gente sabe que comunidades étnicas devem ser protegidas e favorecidas com condições básicas pelo governo federal, mas isso não ocorre.”
Lesley ainda fala sobre a questão de importação de soluções, que devem ser pensadas localmente, principalmente neste momento em que o mundo está fechado. Para ela, é necessário que os profissionais facilitem o desenvolvimento de habilidades, para que a população crie suas próprias soluções e não apenas importem ou emprestem de fora. A caribenha também falou sobre como foi a experiência de ter se formado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e agora trabalhar no país norte-americano.
A conversa contou com a interação de quem acompanhava a transmissão ao vivo, com vários questionamentos via chat, que foram prontamente respondidos e discutidos pelos profissionais.
Para assistir a este e outros bate-papos, acesse o canal do YouTube e siga a página do Facebook da Escola Superior de Educação para ficar por dentro das próximas transmissões.
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Reprodução