Programa Bom Negócio apresenta os seus empreendimentos de sucesso
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de JornalismoDurante a live de formatura das turmas do Programa Bom Negócio – Vale do Pinhão, parceria da Uninter com a prefeitura de Curitiba e a Agência Curitiba de Desenvolvimento, os alunos formandos tiveram a oportunidade de conhecer a trajetória de empreendedores experientes, que já estão no mercado dos negócios há alguns anos e vêm obtendo excelentes resultados dentro dos nichos que trabalham.
Danton Tavora é um dos empreendedores que concluíram o curso nesta última edição do programa. Ele já estava com negócios em andamento, buscando assim um aprimoramento da atuação. Depois de quase 30 anos trabalhando no mercado financeiro, Danton decidiu abrir uma empresa de fotografia para atuar no ramo de hotelaria e turismo. Durante esses trabalhos, o profissional percebeu uma lacuna neste mercado e observou que isto poderia ser a oportunidade para um novo empreendimento.
“O mercado de hotelaria e turismo trabalha com muitas matérias que são corporativas, com muita coisa que vem desse mercado lúdico, do entretenimento, e não consegue encontrar um pessoal que atenda eles em todas essas áreas. Partindo disso e partindo da nossa experiência com o Vale do Pinhão, a gente resolveu montar um ecossistema de negócios com empresas de Curitiba, com várias expertises para atender o mercado de hotelaria e turismo”, conta Danton.
Foi assim que nasceu o Reconex, resultados por conexão de expertises. Segundo o fundador, no começo eram 5 empresas nesta união, que hoje já aumentaram para 15. O objetivo delas é poder oferecer soluções mais estruturadas ao mercado, principalmente neste momento de pandemia em que a hotelaria e o turismo são alguns dos que mais sofrem perda.
“Nós acreditamos realmente que o Brasil e nenhum outro país vai sair da crise sem a atuação maciça desse mercado, porque responde a uma parte muito significativa do PIB, gera muito emprego em todos os níveis. Tem uma questão de responsabilidade muito grande, de sustentabilidade do ecossistema, é uma indústria limpa, então a gente resolveu realmente abraçar essa causa”, explica o empreendedor.
A trajetória de um caso de sucesso
Existem pessoas que decidem empreender porque têm exemplos ao redor, seja por negócios da família, de amigos, ou ainda porque gostam e querem trabalhar nesta área. Outros acabam fundando suas próprias empresas por motivo de sobrevivência, por se encontrem sem outras opções no momento. Este último é o caso de Lipsio Carvalho, CEO da empresa de bolsas e mochilas Beatnik & Sons, que foi convidado para falar com os formandos e dividir suas experiências durante a transmissão da formatura do Bom Negócio.
Lipsio era executivo de marketing e, numa transição profissional em 2015, aos 35 anos, ele acabou sendo demitido pela empresa que não conseguiu mantê-lo no cargo. Neste período, sem uma renda e com o pouco que havia economizado sendo levado com as contas, ele não viu outra alternativa a não ser dedicar o tempo e apostar em uma empresa de educação a distância, a primeira fundada por ele.
“Eu empreendi, porque eu não tinha escolha. E é justamente por isso que eu valorizo tanto esse ato de empreender e de colocar a economia para gerar. Não é uma história glamourosa, mas foi a partir daí que eu aprendi o potencial que eu tinha para poder construir uma nova realidade para mim”, conta.
A partir do primeiro empreendimento, que deu “a primeira casca grossa” e as primeiras “pancadas do mercado”, o profissional se sentiu seguro para arriscar e transformar coisas que amava em uma nova empresa.
“Eu gosto muito de viajar e, como designer de formação, eu gosto muito de desenhar. Eu também gosto muito de coisas bonitas, produtos bonitos. Unir essa paixão por viajar e essa vontade de desenhar e de continuar construindo coisas bonitas foi o embrião de uma empresa que veio a se tornar a Beatnik & Sons (foto), uma marca de mochilas e bolsas que são manufaturadas em Curitiba de maneira ética e exportada hoje para toda a América”, lembra.
O empreendedor explica que muitas pessoas se enganam ao entrar nesse caminho, acreditando que ser dono do próprio negócio fará com que trabalhe menos e ganhe mais. Para Lipsio, há um trabalho muito maior por trás e muitas vezes se ganha muito menos. Mas ele incentiva dizendo que esse ambiente também oferece uma capacidade ilimitada de conquistar com o potencial que está somente nas mãos dos empreendedores, que já deram o primeiro passo realizando o Programa Bom Negócio e agora continuarão caminhando.
Lipsio conta que a internet foi fundamental nesse processo de crescimento da empresa, já que foi ela que proporcionou a visibilidade necessária. Mas ele acrescenta que há outros fatores muitos importantes que devem ser colocados em prática no desenvolvimento de uma empresa. Os valores éticos e a valorização dos colaboradores que fazem a empresa acontecer são alguns deles.
“Cada marca para poder fazer barulho, para poder ser reconhecida, não basta ter um bom produto. Ela precisa ter um grande propósito e esse é o nosso propósito, que a gente continua desenvolvendo, valorizando acima de tudo o processo de construção e o processo de fabricação de cada uma das peças”, afirma.
Contar para o público como os negócios são feitos e perder o controle da empresa também é importante. Perder o controle da empresa, segundo ele, não é ter uma empresa desgovernada, mas fazer com que o cliente se sinta dono e se sinta parte dela. Isso acontece pela conexão da audiência com a marca, ao escutar o que a audiência quer e pautando os projetos e movimentos futuros no que eles precisam.
“Um bom exemplo disso foi o nosso comportamento durante toda essa pandemia. Nós somos uma marca de mochilas, as pessoas compram os nossos produtos idealmente para viajar e, infelizmente, nenhum de nós pode viajar nesse momento. O que nos resta a fazer como empresa? A gente basicamente ensina eles a viajarem de outra forma. Assim a gente escuta os nossos clientes que querem viajar em um momento que não pode e a gente lança mais um movimento, que é o movimento de descoberta dos valores internos, de você poder viajar dentro de casa.”
Segundo Lipsio, não há planejamento que sobreviva a realidade, ninguém consegue mapear uma pandemia que mudou o mundo em poucos meses. Por isso, a necessidade de os empreendedores estarem sempre prontos e preparados para lidar com as adversidades.
“Se a gente tiver pronto para reagir, a gente vai ser bem-sucedido, a gente vai ter sucesso. Por Favor, não desistam. É uma grande montanha russa, mas o que tem no final desse passeio é absolutamente maravilhoso”, finaliza.
Transformando pessoas em marcas
Assim como pensar no visual da sua marca e no produto que você vai oferecer para as pessoas, se dedicar a própria imagem e a sua comunicação também é fundamental na hora de empreender. É com isso que trabalha o empreendedor Fawez Tarbine, especialista em transformar pessoas em marcas e que também compartilhou suas dicas para um negócio de sucesso com os formandos do Bom Negócio.
“Eu faço parte do Vale do Pinhão, eu me tornei empreendedor pelo Vale. Nós somos uma marca, porque a gente aprende no empreendedorismo que primeiro as pessoas compram a gente e depois compram os nossos negócios. É legal a gente mudar esse mindset, porque a partir do momento que o investidor, que uma pessoa compra você, o teu negócio tem mais valor”, afirma Fawez.
Segundo o profissional, neste período de pandemia isso se torna ainda mais evidente e está transformando o mercado, já que as pessoas estão buscando uma relação mais próxima com empresas que demonstram vulnerabilidade, que desenvolvem um trabalho humanizado. Os clientes cada vez mais compram e utilizam serviços pela causa e pelo propósito, investindo naquilo que faz sentido para ele.
Diante disto, Fawez desenvolve estratégias de marketing assertivas, pensando em como gerar experiência para o cliente, entendendo quais são as necessidades, como as pessoas estão reagindo, quais são os novos hábitos de comportamento, para mostrar uma singularidade do indivíduo e proposta de valor para o mundo. Ele cita a Cultura dos 3Ps: pessoas, fazendo com pessoas, por pessoas.
Para isto é importante pensar na comunicação visual, seja em fotos apresentadas nas mídias digitais ou mesmo a roupa que veste em eventos e encontros profissionais. O design é importante, pois as pessoas são muito visuais. É preciso ter uma “embalagem irresistível”, mas sempre de acordo e combinando com quem você é. Mostrar o propósito para o mundo, mesmo que neste momento seja inviável pelo isolamento social, mas engajar em comunidades digitais, gerando valor e fazendo conexões. Além de ter um posicionamento de mercado claro.
“Quanto mais pessoas e clientes vocês mostrarem o propósito de vocês, mais o negócio vai crescer. Posicionamento de mercado é a transformação que você gera nas pessoas ou a transformação que o seu produto ou serviço dá de benefícios para as pessoas”, explica.
Fawez questiona os empreendedores sobre o valor que eles possuem e ensina a pensar sobre isso através uma equação sustentada por três pilares: singularidade e exclusividade, escopo de alcance, impacto e transformação. O primeiro ponto fala sobre a auto expressão, todo o conhecimento, prática, criatividade, qualidade e conexões reais, transformando trabalho em arte e produtos autênticos.
No segundo caso, há o número de pessoas que você pode alcançar e para isso é importante saber sobre marketing digital e todas as ferramentas disponíveis que possibilitam esse alcance. Por último, mas não menos importante, é o quanto a sua empresa e o seu produto ou serviço atendem e têm poder de impactar a vida das pessoas que são atingidas por ele. É importante mostrar todo esse valor e potencial para o mundo.
Ele ainda dá algumas dicas para alavancar os negócios, mostrando autenticidade, servindo as pessoas, gerando valor, encontrando o seu porquê e vivendo a causa, compartilhando com outros o que sabe, dividindo a sua história com outras pessoas e se conectando com a sua verdade ao usar seus dons e talentos para apoiar os outros.
“Tudo se resume em gerar valor para as pessoas e a gente entender que os negócios não são sobre negócios. São pessoas, fazendo com pessoas, por pessoas. Ajudar as pessoas a conquistarem o que elas querem e a suprir alguma dor que elas tenham muito forte ou alguma tarefa que elas estão tentando realizar. Chegou a hora de vocês empreendedores irem para a linha de frente e mostrarem os seus valores para mundo. Você vai aprende e errar todos os dias, mas é importante você entender que tem que curtir o processo, porque se você lida com a verdade, o teu propósito e ajuda as pessoas humanamente, com certeza o resultado vai vir com muita precisão”, incentiva Fawez.
Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: @micelipedro reprodução do Facebook