Professora da Uninter inicia doutorado sobre preservação e gestão de museus

Um museu depende de muitos fatores para se manter em funcionamento. O primeiro passo é criar um planejamento, que necessita da produção de pesquisas sobre a temática. Professora de licenciatura e bacharelado em Artes Visuais da Uninter, Danielly Dias decidiu fazer a diferença nessa área.

Ela foi aprovada no processo seletivo para o doutorado em Planejamento e Governança Pública da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) com a pesquisa intitulada “Governança de Museus: Modelos Internacionais e Propostas para Instituições Museológicas Brasileiras”.

O caminho para chegar até o doutorado foi longo. Formada em pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, a professora tem uma vasta experiência nas áreas de cultura e gestão. Trabalhou por quatro anos no Museu Oscar Niemeyer, estudou na Inglaterra, chegou a fazer projetos para leis de incentivo em uma empresa, até que chegou no mestrado em Museologia, feito na Universidade Federal da Bahia (UFBA). O tema da pesquisa foi “Políticas Públicas para Museus Brasileiros, Gestão e Sustentabilidade”, sabendo pelo retorno da banca que estava se encaminhando para uma área da museologia com pouca produção acadêmica.

Em seguida fez uma especialização em gestão pública no Instituto Federal do Paraná (IFPR). Toda essa bagagem a fez retornar com os estudos sobre os museus com enfoque na governança. Para o doutorado, a intenção é criar políticas públicas para museus, sem interesses comerciais, com finalidade social de preservação. O programa tem duração de quatro anos.

A pesquisa está se desenvolvendo a partir de modelos internacionais de museus para que se possa criar uma proposta para as instituições museológicas brasileiras. É fundamental pensar nas diretrizes de dentro de um museu para que aconteça a gestão do local. Segundo a professora, as disciplinas vão ao encontro com aquilo que é necessário para compreender a própria pesquisa, como urbanismo, orçamento, planejamento, políticas públicas etc.

Tudo isso se transforma em um conjunto de ações capaz de manter um museu aberto. O percurso de um doutorado se dá por meio de estudos e escritas sobre as questões com a finalidade de propor uma solução.

Sobre a pesquisa, a intenção é analisar o princípio da governança de museus de três países: Inglaterra, França e Espanha. Em seguida, estudar a administração desses lugares sob a ótica de algum teórico da área, e, por fim, observar e criar um contraponto com o que se tem no Brasil, ver o que é cabível ou não. O produto será um manual que possa auxiliar os museus no que se refere a governança e gestão.

Mas qual seria a vantagem em ter um planejamento museológico? “É necessário ter esse plano de análise de risco dos museus do Brasil todo”, afirma Danielly. Um exemplo dessa falta de cuidado foi o caso do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que pegou fogo em 2 de setembro de 2018, em que 85% do acervo foi destruído pelas chamas. O museu estava em situação irregular, e o resultado dessa falta de responsabilidade foi a destruição dos 20 milhões de itens do acervo. Uma tragédia anunciada, pois muitas pessoas já haviam alertado sobre o perigo, inclusive Danielly.

As expectativas para o novo ciclo são muitas. “A principal é aprender. Me dedicar bastante, poder aprender bastante. Acho que isso é o que eu mais espero no momento”, afirma. Sobre o que busca alcançar com a pesquisa, Danielly ressalta: “aprimorar o meu trabalho e me tornar cada vez mais cônscia da minha responsabilidade de museóloga, ter condições de transmitir conhecimento para os alunos”.

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Autor: Natália Schultz Jucoski - Estagiária de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Acervo pessoal e Natália Schultz Jucoski