Problemas de coluna, as dores do teletrabalho

Autor: Vítor Diniz - Estagiário de Jornalismo

Por causa da pandemia, muitas pessoas passaram a trabalhar de casa, o que pode estar contribuindo para o aumento do sedentarismo. A falta de atividade física enfraquece a musculatura que dá sustentação ao corpo. Além disso, escritórios improvisados no ambiente doméstico podem fazer com que as pessoas trabalhem em uma posição corporal inadequada. Esta situação tem grande potencial para gerar problemas na coluna.

Não por acaso, nos últimos meses houve um aumento significativo de pesquisas no Google com o tema “dores nas costas”. O curso de Fisioterapia da Uninter realizou uma live para discutir esse problema. A transmissão teve o tema “Dor nas costas, a quiropraxia pode ajudar”, e foi feita pela página do Facebook Uninter Fisioterapia. O evento teve como palestrante convidado o fisioterapeuta Giuliano Martins, e contou com a mediação da professora Thayse Dias.

Giuliano explicou que o fato de as pessoas terem saído dos espaços físicos das empresas para trabalhar em casa, onde elas não têm um escritório preparado, impacta negativamente na ergonomia dos postos de trabalho. A ergonomia é a área científica que estuda a posição correta para a pessoa desenvolver seu trabalho, analisando a postura corporal adequada para o exercício das atividades profissionais. Entre outras coisas, a ergonomia visa estabelecer uma relação confortável e produtiva entre o ser humano e sua rotina de trabalho diário.

“O apoio de pés que temos no escritório da empresa, quase ninguém tem um em casa. Muitas pessoas usam notebook, então a tela e o teclado não estão em uma posição e altura adequadas. A pessoa acaba se posicionando de acordo com o computador, e tudo isso prejudica a ergonomia”, explica Giuliano.

O fisioterapeuta lembrou ainda que muitas pessoas não esperavam que a pandemia fosse durar tanto tempo, e consequentemente não adequaram seu local de trabalho para esta situação. Sem um espaço adequado, e com uma postura errônea durante a realização das atividades, o surgimento de problemas na coluna é uma consequência inevitável. Especialmente para quem permanece muito tempo sentado, já que sobrecarga lombar é muito maior do que quando estamos em pé.

Mas também há um outro problema. Devido ao fechamento de academias de ginástica e parques públicos, muitas pessoas resolveram fazer exercícios físicos em casa. Giuliano destaca que, na maioria das vezes, estas pessoas não se exercitam sob a orientação de um profissional de educação física.

“Quando você faz exercício em casa, seja através da orientação de um aplicativo, ou assistindo aulas pela televisão, não é a mesma coisa que ter a orientação de um profissional de educação física. Então a pessoa faz exercícios de forma errada. Fazer um exercício de maneira errada por vários meses é altamente prejudicial à saúde”, explica.

Como tratar problemas de coluna

A quiropraxia é uma das técnicas em que Giuliano se especializou na área de ortopedia. Ela é usada para avaliar e tratar as articulações, principalmente as da coluna. O palestrante falou sobre uma experiência de uso dessa técnica com agricultores, no interior de São Paulo. “Naquela época, e naquela ocasião essa técnica deu certo, mas não é sempre assim. Ela não é uma técnica milagrosa, em alguns pacientes ela traz uma evolução, mas em outros não”, afirma.

Quando Giuliano percebeu que a quiropraxia não evoluía em alguns pacientes, ele buscou outras técnicas de tratamento para resolver os casos clínicos para os quais ainda não tinha respostas. “O meu trabalho é descobrir quais exercícios fazem efeito no tratamento do paciente. Esse é um modelo de tratamento em que o fisioterapeuta ensina o paciente a se tratar. O paciente, com a orientação do fisioterapeuta ou ortopedista, passa a se exercitar para resolver o problema que lhe causa dores”, explica ele.

Por fim, Giuliano deu algumas dicas aos estudantes de fisioterapia que acompanharam o evento. Ele destacou que dentro das áreas de fisioterapia e ortopedia não há muito espaço para profissionais generalistas, aqueles que entendem um pouco de cada coisa e não são especialistas em uma área específica. “Tenha o seguinte pensamento, quanto mais especialista você for, melhor será o caminho que você vai trilhar em sua vida profissional”, afirmou.

Você pode assistir à palestra acessando a página Uninter Fisioterapia no Facebook.

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Autor: Vítor Diniz - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Angelo Esslinger/Pixabay


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