Prestação de serviços públicos busca inovação durante a pandemia
Autor: Arthur Salles - Assistente de produção acadêmica
Um dos grandes impactos da pandemia de Covid-19 se deu na organização do trabalho. A atividade laboral a distância, que antes era exclusiva a poucas profissões, virou rotina em diversos segmentos. Mesmo de casa, o ambiente de trabalho deve atender às necessidades do empregado e do patrão, independentemente do setor de atuação. Inovação para essa nova demanda pode custar caro e levar tempo, e o serviço público exige o mesmo tipo de adaptação.
O primeiro pensamento pode trazer as figuras de policiais, médicos e enfermeiros, mas a prestação de serviços públicos vai além disso. Fornecimento de energia elétrica, saneamento, logística, transporte, telecomunicações: todos esses setores são cruciais na vida de toda a população, especialmente às camadas mais desfavorecidas. Da repartição pública à linha de frente, os servidores tiveram de buscar inovações profissionais diante da crise sanitária.
“A longo prazo, a crise pode permitir com que os governos adaptem muitas dessas premissas tradicionais nas quais a políticas públicas de emprego se baseiam”, comenta Ricieri Garbelini, coordenador dos cursos de pós-graduação na área de relações internacionais.
A presença física de servidores no trabalho, a atuação móvel e o índice de produtividade são aspectos que devem ser compreendidos para a gestão inteligente num mundo cada vez mais digitalizado. O atendimento eficiente ao público deve ser mantido de ponta a ponta, mas sem deixar de lado a qualidade de trabalho dos servidores.
Em pesquisa endereçada a servidores públicos federais, os resultados mostram variações de indicadores no modo de trabalhar antes e durante a pandemia. “A pesquisa revelou que o período de trabalho considerado produtivo está abaixo do ideal: em uma escala de 0 a 12 horas, o ideal seria 6,2 e está em 5,4. O desempenho também é inferior ao declarado antes da pandemia (5,7). Já o tempo gasto em trabalho improdutivo aumentou, passando de 3 horas antes da pandemia para 3,3 no pós-pandemia”, avalia Garbelini. O levantamento é uma parceria entre a Enap (Escola Nacional de Administração Pública), a universidade norte-americana de Duke e o Ministério da Economia.
O estudo revela ainda que a infraestrutura adequada, com o fornecimento das ferramentas ideais de trabalho, está relacionada a melhores índices de desempenho. A alternância entre atividades em casa e trabalho presencial é o desejo da maioria dos servidores entrevistados, segundo a pesquisa.
Para os gestores desses quadros profissionais, a habilidade em articular as diferentes nuances dos benefícios de se trabalhar em casa ou em escritório será o diferencial para a obtenção de melhores resultados. Partilham dessa visão tanto a pesquisa quanto José Caparros Júnior, professor de cursos de pós-graduação lato sensu da Uninter de administração pública e relações internacionais.
“Um gestor que fica diante de uma situação dessa: o quão qualificado ele precisa estar para tomar decisões estratégicas voltadas para resultados eficientes? Não pode ser feito de qualquer jeito, a pessoa precisa estudar”, aponta o docente.
A Uninter oferece graduações e pós-graduações nas áreas de administração, saúde e segurança a fim de capacitar e aprimorar profissionais dessas searas. Com um corpo teórico robusto, os cursos ainda dispõem de aplicações práticas essenciais para as atividades profissionais do dia a dia.
A apresentação ocorreu durante a 2ª Maratona de Pós-Graduação Uninter, em 29.mai.21. Para conferir a transmissão na íntegra, clique aqui.
Autor: Arthur Salles - Assistente de produção acadêmicaEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Pixabay