Povos indígenas do Canadá e do Brasil defendem novos encontros

Autor: Assessoria

Na semana em que comemoramos o Dia Internacional dos Povos Indígenas, 30 estudantes do Canadá e do Brasil que participaram do Collaborative Field Experience refletiram sobre o impacto que o intercâmbio causou no cotidiano de cada um deles. O curso intensivo em campo, multidisciplinar e de imersão em inglês levou os participantes a visitas técnicas e culturais a instituições de Curitiba e comunidades indígenas e caiçaras do Paraná.

A principal lição dessa experiência é o poder do intercâmbio cultural. O aprendizado tem sido incrível. Somos estimulados além das palavras com tudo o que estamos vivenciando e todos que estamos conhecendo. Poderíamos usar isso para construir novos modelos que teriam um alcance maior”, afirmou a professora Bettina Schneider, da First Nation University, do Canadá.

Para Jason Matthew Dyett, um dos organizadores do curso e vice-presidente e cofundador do Uninter Global Hub, a participação dos estudantes e das lideranças indígenas foi um momento único de colaboração e amizade. “Possibilitamos uma troca muito rica cultural entre a University of Regina, do Canadá, a Uninter e os povos indígenas que habitam no litoral do Paraná. O resultado foi uma experiência gratificante e marcante”, disse Jason.

A estudante Savannah Bird, também da First Nation University, disse que participar deste intercâmbio foi como se estivesse visitando uma comunidade dos seus antepassados. “Eu me senti em casa. Me senti tão segura na comunidade. Senti respeito e uma sensação de humildade. Depois da visita me sinto inteira de novo”, declarou.

Para o cacique Laércio Wera Tupã, da comunidade indígena de Araçaí, no litoral do Paraná, é muito importante que outras pessoas, de fora da comunidade, conheçam a realidade dos povos indígenas do Brasil e o quanto foram discriminados. “Eu acho que a partir do momento que o pessoal de fora conhece a nossa realidade e as nossas lutas, muda a visão a nosso respeito. É muito importante a gente se unir e ter esse conhecimento da realidade de cada um”, ressaltou.

O cacique Dionisio Kuaray, da comunidade Pindoty, da Ilha da Cotinga, acredita que este encontro mostrou a necessidade de os povos indígenas mostrarem mais da sua realidade e declarar que todos os povos são iguais. Nada é por acaso. O mundo está mudando. Eu, como liderança, quero que eles conheçam a nossa realidade. Pode ser de cor diferente, pode ser de cabelo diferente, a gente pode ter outra língua, mas, pelo nosso criador, somos todos iguais”, afirmou Dionísio.

Outro aprendizado registrado foi a possibilidade de ter conteúdo produzido na língua materna dos povos indígenas, como afirma Marcelo Henrique Vieira, estudante da Uninter e bolsista da ELAD Canadá. “O momento mais valioso ocorreu com o cacique Laercio Wera Tupã que expôs seu contínuo esforço em exigir das autoridades governamentais locais a disponibilidade de um material mais adequado à realidade de seu povo, expressando preocupação com a imposição da língua portuguesa em detrimento da língua guarani. Me fez refletir sobre a simbiose entre língua e identidade humana”, finalizou.

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Autor: Assessoria


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