Porque colocar a criança na escola aos 4 anos
Letícia Costa – Estagiária de Jornalismo
Fatores como a mudança nos costumes da sociedade e o avanço da tecnologia refletem no comportamento e no aprendizado das crianças. Há quem diga que elas estão mais precoces e há quem discorde disso. Quem defende a medida argumenta que quanto mais estimuladas forem, mais elas se desenvolverão.
A alteração na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), por meio da Lei nº 12.796/2013, entrou em vigor em 2016 tornando obrigatório o ingresso das crianças nas escolas aos 4 anos e a permanência até os 17. Antes, a obrigação da família era de colocar as crianças na escola aos 6 anos e garantir sua permanência até que completassem 14.
Pela nova lei, os municípios tiveram três anos para se preparar para acolher todas as crianças. Segundo a coordenadora da pós-graduação a distância em Educação Infantil e da pós também a distância em Alfabetização e Letramento da Uninter, Viviane Stacheski, o ingresso antecipado é saudável para o aprendizado das crianças, mas ainda não há vagas para todas elas nas escolas.
“O fato de a criança estar na escola garante o estímulo de diversas formas e em diversas áreas. Por isso, acredito que todos na escola aos 4 anos é um fator benéfico para a criança. Infelizmente, isso não se concretizou em todas as cidades e ainda tem crianças que não puderam ingressar na escola por falta de vagas”, avalia.
Começar a frequentar antecipadamente o contexto escolar requer esforços não só dos pequenos como também dos pais. Daniela Ribeiro, 45 anos, moradora de Curitiba e mãe de 7 filhos, considera 4 anos uma idade baixa para que as crianças comecem a ir à escola.
Seis filhos de Daniela iniciaram os estudos com a idade prevista antes de a nova lei entrar em vigor. Apenas uma filha que hoje está com 7 anos, iniciou os estudos quando estava quase completando 5 anos. “Acho que não tem necessidade de começarem tão cedo assim”, diz Daniela.
Para Viviane, a efetivação da lei representa vantagens para a educação brasileira, uma vez que as crianças terão a oportunidade de estarem alfabetizadas até o fim do terceiro ano, e considerando que isso é o que visa o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa.
Esse é um compromisso formal assumido pelos governos federal, dos estados e municípios e do Distrito Federal de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os 8 anos de idade. O Brasil ocupa o 19º lugar no ranking mundial de taxa de alfabetização.
Em tese, a Lei nº 12.796 ajuda as crianças da escola pública a ter a chance de estar no mesmo nível de crianças de escola privada, como aquelas que são inseridas em ambiente de ensino antes mesmo de completar 1 ano de idade. A nova lei também “divide” a educação em três etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio — antes, havia citação apenas para o ensino fundamental e médio, e a pré-escola passou a integrar a educação básica.
Edição: Mauri König