Por que tanta gente morre do coração?

Dezoito milhões de pessoas morrem de doenças cardiovasculares (DCV) todos os anos no mundo, vítimas de acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), representando aproximadamente 31% de todas as mortes globais. Do total, 75% das mortes acontecem em países de baixa e média renda e 80% são devido a ataques de coração e derrames.

No Brasil, sete em cada dez mortes são causadas por doenças não transmissíveis, como enfermidades do coração e diabetes. Anualmente, mais de 15 milhões de pessoas com idade entre 30 e 70 anos morrem por causa dessas doenças, segundo a OMS. Só em 2012 o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 2, 4 bilhões com 1,1 milhão de internações.

Os dados contam de um artigo publicado na revista Saúde e Desenvolvimento, uma das sete publicações científicas da Uninter, analisou 42 produções científicas sobre doenças cardiovasculares publicadas ao longo de 14 anos (2002 a 2016) e aponta que isso acontece devido a algumas consequências, como a diminuição de doenças infecciosas agudas associadas à maior expectativa de vida da população, às alterações no estilo de vida e às condições socioeconômicas nos países em desenvolvimento.

As doenças cardiovasculares (DCV) são a primeira causa de morte. Elas são um tipo de doença crônica não transmissível, em que as principais complicações são cardiopatia isquêmica, acidentes vasculares cerebrais, insuficiência renal crônica e insuficiência cardíaca. Tudo isso ocasiona uma maior exposição aos fatores de risco para doenças cardiovasculares, além dos fatores de vulnerabilidade de algumas populações a desfechos clínicos mais marcantes, devido à herança genética.

Os autores também ressaltam que podem ser vários os fatores de risco para tais doenças, como o tabagismo, dislipidemias, hipertensão arterial (HA), diabetes mellitus (DM), obesidade e sobrepeso, sedentarismo, dieta pobre em vegetais e frutas, uso de álcool, estresse psicossocial, e idade acima de 45 anos para homens e 55 anos para mulheres.

“O sedentarismo ganha destaque em relação às DCVs, sendo um dos principais fatores, além de ser considerado um dos entraves para a saúde pública e comprometer entre 50 a 80% da população do mundo”, afirma o artigo (que pode ser lido clicando aqui). As formas mais eficazes de tratamento são as mudanças no estilo de vida, o controle dos fatores de risco modificáveis, ou seja, aqueles sobre os quais podem atuar o paciente e a equipe de saúde.