Polo de Ponta Grossa debate racismo na sociedade e política de cotas

Autor: Izadora Alves Lopes - estagiária de jornalismo

Os direitos humanos são normas que reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres humanos, de acordo com a Unicef. No entanto, devemos refletir sobre este tema, já que uma grande parte da sociedade ainda é diariamente privada desses direitos.

Para promover esse debate, o polo de apoio presencial da Uninter em Uvaranas, em Ponta Grossa, coordenado por Marcia Fernanda Santiago Mezzadri, promoveu o evento “Racismo na sociedade e a lei de cotas na contemporaneidade”, no dia 16 de novembro de 2022. A roda de conversa foi ministrada pelo advogado José Luiz Teixeira, que também é membro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial do Município.

O diálogo trouxe aos alunos de Bacharelado em Serviço Social a oportunidade de compreender a realidade histórica e estrutural que promove, ainda hoje, o preconceito racial. A ação também foi estendida para comunidade em geral. “A temática em questão é fundamental para o processo de formação profissional dos futuros e futuras assistentes sociais, que encontrarão em seus espaços de atuação, situações sobre violações de direitos, de caráter étnico racial, sendo compromisso da categoria a ruptura com todas as formas de preconceito”, relata o orientador acadêmico, Tiago Marques do Carmo.

Ao tratarmos sobre discriminação, abordamos os casos em que uma pessoa ou um grupo tem um tratamento diferentes dos demais devido as suas características físicas e étnicas. Essa postura pode resultar em exclusão e opressão. “O impacto do racismo somente é compreendido por aqueles indivíduos que vivenciam o racismo no seu cotidiano. Nesse sentido, o Serviço Social tem compromisso nas lutas antirracista e no compromisso na valorização da população e da cultura negra, sendo heranças histórico-culturais do nosso povo brasileiro”, finaliza o orientador.

Política de cotas

Sobre a temática, a professora da área de Educação da Uninter Gisley Monteiro reforça que, ao  falar sobre racismo estrutural, todos temos o dever de rever conceitos e auxiliar neste processo de garantia de direitos.

“Parafraseando Sueli Carneiro, o racismo é uma ideologia para produzir privilégio para um grupo que é instituído como superior em detrimento de outro grupo considerado inferior, é isso que organiza a nossa existência nesse país. Quando pensamos nas proporções desse racismo sistêmico que está enraizado na história e cultura brasileira, pensamos em estratégias de luta e resistência. A política de cotas é uma resposta a esse racismo”, avalia.

A professora também destaca a necessária acessibilidade aos direitos. “É uma política que vem para oportunizar acesso a patamares até antes não permitidos ou não alcançados pelos sujeitos negros no Brasil. O fato de a lei de cotas receber mais 20 anos de continuidade – sua manutenção ocorrerá apenas em 2042 – demonstra que é uma política que está dando resultados. Porém, penso que precisamos acompanhar esses cotistas, pois não é suficiente apenas o acesso, é preciso permanência e conclusão,” afirma.

Ainda sobre as ações que devemos realizar, Gisley reforça que “os negros e negras precisam de suporte para se manter dentro das universidades e instituição de ensino, com qualidade, para que consigam concluir sua formação. A conclusão precisa ser exitosa. Há um índice ainda muito grande de evasão, entender os motivos dessa descontinuidade, a meu ver, é garantir que a política de cotas continue transformando vidas”, ressalta a professora.

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Autor: Izadora Alves Lopes - estagiária de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Pexels e arquivo PAP Ponta Grossa


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