Plantas Alimentícias Não convencionais: cultura, identidade e sustentabilidade
Autor: Renata Cristina - estagiária de jornalismoA culinária é resultado de um conjunto de práticas, costumes, conhecimentos, características regionais e familiares que são transmitidos através de gerações. Além dos aspectos nutricionais proporcionados pelos alimentos, há um fator cultural. Por isso, pensar a culinária é tratar também da história, identidade e representatividade de um determinado povo.
Exemplo disso são as plantas alimentícias não convencionais (Pancs), que possuem alto valor nutricional e estão atreladas às características de cada região.
A estudante do curso de Ciências Biológicas da Uninter Sylvia Verdin, que participou de atividade do curso diretamente relacionada a esses alimentos, destaca que, apesar de não serem utilizadas em larga escala, as Pancs possuem seus valores na hora de pensar sobre alimentação. “A importância de seu consumo é que são plantas de fácil cultivo local e que trazem riqueza nutricional, diversificando não só o sabor no consumo de saladas e outras culinárias, mas também no valor nutricional, como vitaminas e minerais’’, aponta.
Além disso, as Pancs contribuem também para um futuro sustentável, como explicam as professoras da Uninter Julia Bertoti e Milene de Lara: ‘’Buscando a sustentabilidade, identidade e soberania alimentar – diminuição dos índices de miséria e fome – as Pancs trazem uma nova oportunidade de expansão ao acesso de alimentos com altos índices nutricionais, sendo facilitado pelo baixo ou inexistente custo para plantio e cultivo’’.
Pelo seu potencial na promoção de uma alimentação nutritiva, o trabalho de conhecimento de valorização das Pancs está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, que trata da Fome Zero e Agricultura Sustentável. Os ODSs são parte de um programa da Organização das Nações Unidas (ONU), idealizado para motivar os países a repensarem suas práticas com 17 objetivos e 169 metas a se cumprir até 2030.
O curso de Ciências Biológicas da Uninter também já trabalha com práticas em paralelo às metas estabelecidas e recentemente organizou com seus estudantes trabalhos relacionados às Pancs. O resultado foi apresentado no evento Portfólio Na Prática.
‘’Buscamos desenvolver trabalhos práticos que demonstrem a importância do conhecimento dos ODS no cotidiano e na prática profissional. Como por exemplo, no trabalho em questão, foi pensada a questão da soberania alimentar e identitária, uma vez que PANCs são patrimônio cultural, além de serem importantes fontes nutricionais’’, dizem as professoras responsáveis pela idealização, Júlia Bertoti e Milene de Lara.
A importância da produção do portfólio
O portfólio desenvolvido ainda na faculdade tem um papel importante para que o estudante esteja preparado e com referências na hora de iniciar no mercado. ‘’O portfólio é um momento único de desenvolvimento de habilidades vinculadas à pesquisa científica. Na área de Ciências Biológicas, além da questão teórica, em que o estudante é instigado a desenvolver sua capacidade de pesquisa, síntese e escrita, é solicitado o desenvolvimento de um experimento prático, característica exigida de profissionais habilitados na área’’, ressaltam as professoras.
As professoras responsáveis também pensaram o portfólio não somente voltados para os ODS, como também para incentivar habilidades dos alunos. ‘’Além de oportunizar o desenvolvimento do trabalho acadêmico e da pesquisa científica, é desenvolvida a habilidade de apresentação pública do trabalho desenvolvido. Com isso, mais habilidades são desenvolvidas na construção do conhecimento e na formação do profissional’’.
Sylvia Verdin foi responsável por um dos trabalhos apresentados sobre as Pancs e destaca também a importância da produção. ‘’Além dessa abordagem ampla do portfólio, esse trabalho também induz a descobertas e aprendizados únicos, em que o aluno tem que desenvolver não só o tema, mas habilidades que a profissão exige ou exigirá.’’, finaliza.
Autor: Renata Cristina - estagiária de jornalismoEdição: Larissa Drabeski