Pessoas com deficiência visual aprendem as percepções das Artes Visuais
Alice Gonçalves – Estagiária de Jornalismo
“Ser voluntário é doar seu tempo, trabalho e talento para causas de interesse social e comunitário”, resume a estudante Mariane Weiss, do curso de Artes visuais do polo da UNINTER de Santa Rosa (RS). Ela desenvolve um trabalho voluntário junto à Associação de Pais e Deficientes Visuais de Santa Rosa (APADEV).
Mariane ensina artes visuais à alunos com deficiência visual e diz ser bastante gratificante, embora desafiador. “Eles têm uma percepção diferente do mundo e muito maior que a nossa que enxergamos”, ressalta.
Tintas, texturas, canudos, papéis e linhas são alguns dos materiais utilizados em sala para que os alunos expressem as suas percepções por meio do tato. Mariane explica que artes visuais não é apenas o que se vê, mas principalmente o que se expressa. Ela comenta que em suas aulas são exploradas atividades voltadas ao visual e outras ao toque, já que há alunos com baixa visão e outros que não enxergam nada.
A gestora do polo local da Uninter, Jaqueline Boz, explica que a relação do polo com a APADEV se deu por meio da aluna Nara Schubert, do curso de Pedagogia, que já atuava junto à associação. Foi a partir desse contato que as tutoras Maristela Gripp e Patrícia Ferreira foram fazer uma visita ao local e perceberam a carência de pessoas para trabalhar com a proposta. Indicaram então o projeto para Mariane que logo se tornou voluntária.
Além de ser um auxílio para a comunidade e um grande crescimento pessoal, Jaqueline explica que projetos como este preparam o futuro aluno para a prática da docência, pesquisa, planejamento, criação, produção, reflexão crítica e o ensino de conteúdos teóricos e práticos. “O dia a dia nos exige atualização contínua. E essa é uma ótima oportunidade para construir um conhecimento voltado à arte e à educação”, diz.
Edição: Mauri König