Pela igualdade de gênero nas práticas esportivas e de lazer
Autor: Fabiana Kadota Pereira*
O preconceito de gênero nas práticas corporais e virtuais continua sendo um grande desafio. Encontramos a discriminação principalmente quando as crianças e adolescentes desejam praticar modalidades que ainda são vistas como masculinas ou femininas. Podemos citar alguns exemplos como futebol, ballet, boxe, skate, ginástica artística e até os jogos on-line. É perceptivo que já avançamos muito na democratização das práticas esportivas, mas ainda encontramos famílias que permanecem resistindo ao incentivo às atividades predominantemente masculinas ou femininas.
Quando falamos de esportes como lutas, futebol ou skate, encontramos equipes e escolinhas que já estão formando times para competições específicas da modalidade ainda divididas por gênero.
Entretanto, no universo on-line, a presença de uma menina ou pessoa LGBTQI+ causa normalmente surpresa e discriminação. Elas entram geralmente com nome de menino ou um personagem masculino e, se forem identificadas, provavelmente serão avaliadas com mais rigor. Quando comentem algum erro e “prejudicam” a partida, são agredidas verbalmente com palavras machistas, o que podemos chamar de Cyberbullying.
Infelizmente, continuamos com o estereótipo que os homens podem dominar algumas áreas e são mais fortes. Uma ilusão cultural que se mantém na nossa sociedade como algo comum, em que algumas práticas de lazer são previamente dominadas por pessoas com pensamento machista e preconceituoso. O direito ao lazer é de todos, portanto a prática esportiva ou cultural deve ser livre, sem discriminação ou julgamento.
A igualdade de gênero deve ser um direito em todas as áreas: profissional, educacional, social, esportiva, recreativa e cultural.
É inaceitável que crianças, adolescentes, jovens e adultos tenham que usar pseudônimo para praticar alguma atividade. Cabe a cada um de nós combater o preconceito com atitudes de acolhimento, igualdade e liberdade. Não podemos continuar aceitando atitudes homofóbicas, racistas, machistas ou discriminatórias. Falar com as crianças e adolescentes, na família ou na escola, pode ser uma boa estratégia para amenizar as atitudes preconceituosas e o cyberbullying.
* Fabiana Kadota Pereira é especialista em Recreação e Lazer e professora da Área de Linguagens Cultural e Corporal da Uninter. Voluntária na ONG Respeito não tem cor.
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