EMPREENDEDORISMO

Para o artesanato virar um bom negócio

Planejar faz parte da vida de todos nós. Mas, especialmente, da vida das empresas. É o planejamento que vai fazer com que um negócio dê certo. O profissional que atua nesta função, o administrador, pratica diariamente essa tarefa, colocando na ponta do lápis riscos e possibilidades e calculando os pequenos detalhes para que tudo corra bem. Na Uninter, os alunos do curso de Administração começam cedo a praticar essa aptidão.

Já no primeiro ano do curso, a tarefa da disciplina PBL (aprendizagem baseada em problemas) é realizar uma consultoria a uma microempresa. Esta disciplina foi incluída no novo currículo acadêmico da Uninter, que divide o ano em três quadrimestres. Por meio dela, os conteúdos aprendidos em todas as demais disciplinas são interligados, e o aluno se torna protagonista daquilo que aprendeu, levando a teoria à prática.

Lecionada pelo professor Júlio Cezar Bernardelli, no primeiro quadrimestre deste ano a disciplina tirou os estudantes de sala e os levou para a maior feira do país, a Feira do Largo da Ordem, ou Feirinha Hippie de Curitiba. A feira existe há 45 anos e conta com mais de 1.200 barracas. Considerada um patrimônio imaterial da cidade, por vários domingos entre os meses de fevereiro e abril o local recebeu os estudantes de Administração da Uninter, que foram até lá em busca de pequenas empresas dispostas a receber uma consultoria estudantil.

“Normalmente discute-se uma empresa fictícia, mas resolvemos tirar os alunos da sala de aula e levá-los para a vida real para que eles vissem o que está em volta da faculdade. Foi o primeiro contato deles como consultores de uma empresa”, comenta Júlio Cezar.

O mapa da feira

Os estudantes entrevistaram feirantes e, em grupos, escolheram um deles para realizar o exercício. Mapearam os negócios e então ofereceram soluções aos “clientes”: cálculos, mapeamento de processos, informação gerencial, sistemas de informação e outros conteúdos.

A atividade foi um desafio para o estudante Ângelo Eduardo Bragaret – sua equipe ficou com o segmento de alimentos dentro da feira. Após conversar com 12 feirantes do ramo alimentício, eles escolheram um com quem mais se identificaram e começaram a desenvolver o trabalho de consultoria.

“A maior parte dos feirantes tinha problemas com o marketing porque eles não têm apoio e fazem tudo por conta. Para nosso cliente, fizemos panfleto e entregamos em lugares específicos da feira, algo que ele não fazia. Ajudamos também em relação às redes sociais como Facebook e Instagram, tudo focado no marketing”, conta o estudante.

Já a feirante Lorianete Regina Padilha trabalha há 10 anos na feira como artesã e nunca havia feito a divulgação online de seus trabalhos. Ao ser escolhida por um dos grupos da turma de Administração, essa história mudou. O grupo de estudantes que trabalhou com Lorianete criou site, Instagram e Facebook para a empresa que produz dedoches de EVA, além de outros produtos.

“Para mim foi muito importante. Foi interessante porque eles buscaram fazer a divulgação do meu trabalho, e eu estava justamente pensando em como fazer essa divulgação, já que o movimento caiu pela própria situação do país. Então você pensa ‘tenho que fazer alguma coisa para voltar às atividades normais’. Acredito que foi bom para os dois lados”, declara a feirante sobre a consultoria que recebeu.

No dia 16 de agosto, os grupos de estudantes apresentaram os resultados de suas consultorias no auditório do Campus Tiradentes, em Curitiba. Além do professor Júlio Cesar, que foi quem deu apoio aos alunos, estiveram presentes feirantes, outros professores e o vice-reitor da Uninter, professor Jorge Bernardi.

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Autor: Letícia Costa – Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König / Revisão textual: Jefferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Cesar Brustolin/SMCS e Letícia Costa

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