Para combater o mal da desinformação
Você certamente já ouviu o termo fake news, não é mesmo? Expressão que ganhou destaque na área da comunicação nos últimos anos, ela se refere a notícias falsas, geralmente divulgadas por redes sociais ou blogs não vinculados a veículos de comunicação, que tem por objetivo manipular a opinião pública.
O problema da circulação de notícias falsas tornou-se um assunto prioritário durante a eleição presidencial norte-americana, em 2016. Hilary Clinton, candidata democrata à presidência nos Estados Unidos, foi vítima de uma campanha “desinformativa”, que lhe lançou ataques infundados por meio das redes sociais, com impacto decisivo no resultado do pleito eleitoral.
Dentre as principais redes sociais, o twitter se destaca como um ambiente favorável às fake news. Lá existem diversos perfis falsos criados para disseminar esse tipo de conteúdo e para passar a sensação de “credibilidade” a seus seguidores.
Para estudar esse fenômeno comunicacional, a professora de Jornalismo da Uninter Monica Cristine Fort criou um grupo de pesquisa, intitulado “Fake News e amplificação do medo: desafios de jornalistas e leitores frente à onda de falsas notícias”.
O objetivo principal do grupo é analisar como os meios de comunicação fazem o combate à disseminação das notícias falsas, lançando mão de ferramentas de checagem. Além disso, a pesquisa investiga a relação das notícias divulgadas em redes sociais com a amplificação do medo e da insegurança social.
“O projeto foi proposto porque pretende refletir sobre o medo e as provocações oferecidas pela mídia em suas narrativas jornalísticas e derivadas discussões em redes sociais. Nos últimos três anos, as fake news também passaram a ser discutidas, principalmente por ajudarem na chamada amplificação do medo, pois passaram até mesmo a ser usadas para definir eleições, como no caso do presidente Donald Trump, em 2016, nos Estados Unidos, e até mesmo no Brasil, com a eleição de Bolsonaro. Mas não significa que (as falsas notícias) sejam um fenômeno recente”, explica a professora.
Para combater as fake news
O problema das notícias falsas ganhou na atualidade uma dimensão que poucos poderiam prever. Especialistas avaliam que ele se tornou uma grave ameaça à democracia.
Todos nós, provavelmente, já caímos em uma fake news. Elas apelam a nossos instintos básicos e, ligadas ao automatismo das redes sociais, angariam curtidas e compartilhamentos na velocidade da luz. Por isso, é necessário um processo educativo que leve as pessoas a estabelecerem um novo tipo de relação com as notícias que recebem.
Antes de repassar uma notícia, a primeira coisa que devemos fazer é buscar uma outra fonte para confirmá-la. A leitura de, no mínimo, dois portais de notícias oficiais (G1, Rede Massa, UOL, Estadão etc.) é fundamental para que você não seja a próxima vítima a cair nessa armadilha e acabe compartilhando uma mentira.
Deve-se também desconfiar de fontes “alternativas”, aqueles blogs partidários e perfis suspeitos das redes sociais. O jornalismo, como diz Monica, “busca a verdade dos fatos. Há um intenso trabalho na apuração de notícias, com análise e técnica. Assim, quem segue nesta área não pode se deixar enganar”, ressalta ela, destacando a importância de o leitor recorrer a veículos oficiais.
O jornalismo está presente em nossas vidas para nos fornecer informações que sejam de interesse social – saúde, segurança, educação, transporte e outros –, de forma que o cidadão possa ter o livre arbítrio para refletir sobre o que acontece ao seu redor. Para isso, é fundamental ler conteúdos apurados com a técnica e a responsabilidade que só o jornalista profissional tem.
Uma forma de combater a disseminação das notícias falsas é recorrendo às plataformas digitais que foram criadas para desmentir boatos. Entre os sites que cumprem esta função estão Fato Ou Fake, Agência Lupa, A Pública, E-Farsas, conhecidos como “agências de checagem”. Portanto, na próxima vez que você decidir compartilhar uma notícia nas redes sociais, pense por alguns segundos antes do clique: é fato ou fake? Sua decisão tem impacto sobre nossa democracia.
Autor: Maicon Sutil - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König / Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Pixabay