Pandemia elevou estresse dos professores. Especialista dá dicas para melhorar saúde mental
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoJá não é novidade que a pandemia de Covid-19 contribuiu para piorar quadros de estresse e problemas emocionais em grande parte da população, mas e quanto à saúde emocional dos professores, que precisam interagir diariamente com seus alunos, mesmo à distância? Sobretudo agora que muitas escolas começam a voltar ao seu funcionamento normal com todos os cuidados e novos métodos educacionais necessários para esta jornada.
Segundo Genoveva Ribas Claro, coordenadora do curso de graduação a distância em Psicopedagogia da Uninter, desde o início da pandemia os professores lidam com níveis altos de estresse, pois aulas que antes eram preparadas em uma hora, agora levam de 3 a 4 horas, devido ao tempo que se divide entre o trabalho e a rotina de casa no home office. Genoveva é psicóloga e sua dissertação de mestrado foi sobre a saúde mental do professor.
Além disso, mesmo com os professores tendo se reinventado na pandemia, agora se deparam com outro problema. “O retorno às salas de aula, mesmo que chamado de educação pós-pandemia, ocorre com o vírus ainda não controlado totalmente e promove medo e tensão nesses docentes, que terão de continuar a trabalhar, se não colocam seu emprego em risco”, diz Genoveva.
A coordenadora dos cursos de Gestão Hospitalar e Gestão em Saúde Pública da Uninter, Ivana Maria Saes Busato, falou da sua experiência. “Pode-se dizer, que a pandemia ressignificou o modo de vermos a vida, por experiência pessoal. Eu sempre trabalhei durante 38 anos fora de casa, adiando férias e compromissos, quando de repente me vi tendo de ficar e trabalhar de casa, também precisando realinhar meus sentimentos e rotina”, conta.
Durante a palestra, Ivana realizou uma pesquisa com alunos e professores da Uninter. Eles escreveram palavras atribuídas a sentimentos que enfrentaram com a pandemia, através do site Menti.com. Uma sessão é criada pelo anfitrião em um quadro branco e um código é gerado na sequência, que pode ser compartilhado para que outras pessoas entrem e respondam a perguntas, pesquisas ou gráficos pré-definidos. As palavras mais escritas foram, medo, insegurança, resiliência, ansiedade e solidão.
“Com essas palavras, podemos concluir, que mesmo não estando em um momento pós-pandemia, precisamos nos preparar para ele e vencermos juntos os sentimentos trazidos com o distanciamento social e o vírus”, diz Ivana.
Oportunidades
Segundo Mônica Eliza Malacarne, coordenadora pedagógica do polo da Uninter de Santa Cruz do Sul (RS), é importante que os professores estejam abertos para enxergar os novos horizontes, mesmo na pandemia. Ela relatou iniciativas desenvolvidas pelo polo, como a atividade mensal online chamada de “encontro com ideias”, além de outras ações para manter o vínculo dos alunos no ambiente virtual.
“Aproveitando os recursos e tecnologias, torna-se possível focar em novas formas de educar, como a atratividade na participação dos alunos e facilidades aos pais, no caso do ensino básico, onde as crianças ainda dependem do auxílio de seus responsáveis”, salientou.
Nessa linha, Ivana Busato conclui com algumas dicas que ajudam na manutenção da qualidade da saúde emocional, para professores, alunos e a sociedade em geral:
- Alinhe expectativas consigo mesmo
- Estabeleça uma rotina
- Faça conexão afetiva
- Fiscalize o pensamento e compartilhe sentimentos
- Evite o excesso de notícias
- Não se automedique.
Mônica Eliza Malacarne, Ivana Maria Saes Busato e Genoveva Ribas Claro debateram a saúde emocional do professor pós-pandemia no primeiro e segundo blocos da Formação continuada de professores para educação 5.0 realizada pela Escola Superior de Educação (ESE) no dia 12.fev.2021. A mediação do bate-papo foi realizada pelo professor Bruno Simão. Os vídeos continuam disponíveis para acesso, através da página do Facebook e canal do Youtube.
Autor: Igor Ceccatto - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
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