Os obstáculos para humanizar o atendimento de saúde
Autor: Matheus Pferl - Estagiário de JornalismoO verbo “humanizar” vem sendo bastante empregado na área da saúde nos últimos anos. Trata-se de resgatar a importância do carinho e da preocupação com o outro no atendimento de saúde, sobretudo com aquelas pessoas que estão fragilizadas pela doença. Em suma, este verbo destaca a necessidade de que profissionais da saúde saibam se colocar no lugar do outro, em qualquer que seja a situação.
O artigo intitulado Os profissionais de Enfermagem frente ao acolhimento humanizado nas unidades de urgência e emergência, de Rosalvo de Jesus Oliveira e Monica de Fátima Oliveira, discute a importância desse conceito na prática. Os autores observam que nem todos os profissionais têm essa percepção, e os que têm falam sobre as dificuldades de se implantar um atendimento verdadeiramente humanizado.
A principal mudança que o olhar humanizado proporciona é a prestação de uma assistência voltada não apenas à doença, mas ao ser humano. Muitas vezes, devido à sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, o atendimento se torna mecanizado e tecnicista.
Cabe ressaltar que a urgência e a emergência são setores diferenciados das outras unidades hospitalares, pois lidam com situações críticas, com pacientes em risco iminente de morte. Portanto estes setores necessitam de uma atenção especial, já que envolvem serviços com ações complexas e de alta tensão, por vezes conflituosas, tanto para profissionais como para pacientes e familiares. É nesse aspecto que se torna fundamental a capacitação dos profissionais de enfermagem para, dessa forma, intermediar esses conflitos e oferecer um serviço de qualidade de forma acolhedora, segura e humanizada.
Em 2013 foi instituída no Brasil a Política Nacional de Humanização (PNH), que busca nortear ações voltadas para o atendimento de saúde. Guedes, Henrique e Lima (2013) destacam que o acolhimento implica em humanizar o atendimento. Esse acolhimento não é só uma recepção, é entender os anseios e desejos do paciente através da conversa.
É importante que a assistência se torne agradável e os resultados sejam satisfatórios para os pacientes e familiares. Para isso, a capacitação da equipe de enfermagem também está diretamente ligada. Em alguns casos, a política de humanização não é aplicada. Não por falta de interesse dos profissionais, mas pela falta de uma política de capacitação. Em outros casos, o acolhimento é entendido como um “local” dentro da estrutura hospitalar, e não como uma política que norteia o cuidado no serviço.
Na pesquisa realizada por Rosalvo e Monica, foi feito um levantamento bibliográfico nas bases de dados eletrônicas da biblioteca virtual Scielo Brasil, revistas científicas, dissertações e teses, e concluiu-se que nenhum dos profissionais entrevistados demonstrou segurança em falar do PNH. Ao serem questionados a respeito, não apresentaram conhecimento satisfatório. Isso mostra a urgência em capacitar os profissionais para atuar com segurança na busca por um atendimento humanizado.
Também ficou constatado no artigo que as unidades de saúde pesquisadas não incorporam o acolhimento como prática cotidiana. Silva (2014, p. 19) afirma que: “A humanização muitas vezes é negligenciada pelos profissionais de enfermagem, devido à excessiva carga de trabalho, responsabilidade de suas ações, episódios de extrema tensão, envolvimento constante com a dor, perda e morte. Poucos conseguem lidar com esse cotidiano de forma imparcial, e muitos, desenvolvem mecanismos de defesa, entre eles a negociação e a fuga. O resultado é uma atuação fria e distante com o cliente e seus familiares, evitando qualquer envolvimento emocional e diálogo.”
Outro ponto que prejudica a implementação do atendimento humanizado é a sobrecarga na equipe, devido à insuficiência de profissionais e à baixa remuneração, que por vezes faz com que tenham uma jornada dupla de trabalho em busca de uma condição financeira melhor.
Além dos fatores já destacados, mais problemas surgem para o insucesso na implementação da humanização nas unidades de urgência e emergência, como áreas físicas pequenas e inadequadas, e a falta de materiais e equipamentos necessários para os atendimentos. Em uma pesquisa realizada com profissionais de enfermagem, Costa e Cambiriba (2010, p. 501) acrescentam: “Foram apontados como os principais fatores que dificultam o desenvolvimento do acolhimento na unidade de saúde, a falta de união da equipe, falta de recursos humanos e insuficiência de recursos e treinamentos”.
Os autores concluem que muitos profissionais de enfermagem não estão capacitados, ou nem conhecem o conteúdo da Política Nacional de Humanização. Portanto, muitos desses profissionais não têm um conceito correto sobre o que é acolhimento e humanização. O cenário geral se
Você encontra este artigo no Caderno de Saúde e Desenvolvimento da Uninter.
Autor: Matheus Pferl - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: pixabay
Penso que fazer um trabalho humanizado nos tempos de hoje é muito importante para a saúde do ser humano, pois a pandemia isolou tudo e trazer essa pegada humanizada faz toda diferença, principalmente na área da saúde, pois quem está ali já está sofrendo muito.