Os impactos mentais causados pela pandemia

Autor: Ivo Carraro*

Vive-se em tempos de pandemia, uma doença infecciosa que se alastrou pelo Planeta Terra. O coronavírus mudou o comportamento da humanidade. É uma realidade que não pode ser negada.

Por tratar-se de ameaça inédita, o Covid-19 desencadeou uma onda ameaçadora de insegurança. As pessoas se defrontam com uma situação em que a sobrevivência fica ameaçada, criam uma realidade virtual, e, assim, a corrida para os supermercados. O período de quarentena leva essa mensagem.

Dentro de princípios evolutivos, faz parte da natureza humana guiar-se pelo imperativo do verbo FUGIR. Sempre se procura fugir de uma situação ameaçadora da vida. Assim, procura-se um abrigo quando a tempestade se aproxima; afasta-se da eminência de uma avalanche; distancia-se de um incêndio.

O período da quarentena provocada pelo coronavírus tem esta explicação científica neste conceito evolucionista. As pessoas “fogem” das ruas para o interior das suas casas como uma forma de proteção diante do perigo do contágio eminente.

Protegidas pela quarentena, as pessoas se deparam com uma nova realidade. Antes a dinâmica da vida e, agora, uma situação de imobilidade. Acrescente-se a isso o fato de agora se estar preocupado com a situação externa à sua casa, onde o coronavírus ronda, incansavelmente, como um inimigo mortal e ameaçador da vida e da saúde, à procura de um hospedeiro para a sua proliferação e disseminar a pandemia. Diante de tal realidade, é inevitável o desenvolvimento de estados de ansiedade e medo.

Diante da realidade do coronavírus, é inevitável refletir sobre a ameaça contínua; a possível contaminação própria ou de um dos familiares; a possibilidade da perda do emprego; os danos nos investimentos financeiros; a preocupação constante em lavar as mãos com sabão e álcool em gel para evitar contaminações; o cuidado para o uso de máscaras já que a doença é transmitida por vias aéreas; o pavor — lamentável — em cumprimentar pessoas como forma de proteção; filhos e netos impedidos de visitarem seus pais e avós. Enfim, uma pandemia como a criada pelo coronavírus é a gênese de uma realidade ansiosa e solitária instituída pelo isolamento social.

Quando se tem consciência desse estado emocional, a ansiedade passa a prevalecer sobre os estados mentais e, assim, instala-se o medo.

Nesses tempos de pandemia nunca esteve tão presente a expressão conhecida por muitos: “Mente sã em corpo são”. O medo estabelecido pelo coronavírus e a obrigatoriedade do período de quarentena provoca, inevitavelmente, mudanças no corpo (soma) físico, potencializando o surgimento de doenças de fundo emocional (psicossomáticas) como: taquicardia, pressão arterial alterada, disfunções estomacais e intestinais, irritações na garganta e na pele, distúrbios alimentares. Além disso, também podem afetar a mente, na forma de alterações de humor (como o sentimento de tristeza pelo que está acontecendo no mundo).

Criou-se um campo fértil para que a tristeza possa transformar-se num transtorno depressivo, com seus sintomas característicos: dificuldades para dormir, vazio existencial, isolamento, desesperança, pessimismo, irritabilidade, perda do prazer, fadiga, desinteresse pela vida e pensamentos suicidas.

É o impacto mental da pandemia.

* Ivo Carraro é professor da Uninter.

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Autor: Ivo Carraro*
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


1 thought on “Os impactos mentais causados pela pandemia

  1. baseado no texto algumas pessoas precisão de orientação de um profissional de saúde quando se trata de um tempo de 40 dias ou mais .diante de uma pandemia o ser humano não está acostumado com a falta do convivo social e o não desempenho das suas atividades normais diárias ,além do afastamento familiar .diante disso surgem as doenças que pelos motivos mencionados não aparecem em tempos normais na minha opinião o ser humano é capaz ,e já mostrou que nesses milhares de anos de existência sobreviveu a todo tipo de aprovação .

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