Os impactos da intervenção militar no Rio
Em 16 de fevereiro deste ano, o presidente Michel Temer assinou o Decreto 9.288 autorizando a intervenção federal na Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, numa tentativa de baixar os índices da criminalidade. Passados quatro meses, a operação mostra uma redução de ocorrências em relação a 2017, mas o número ainda é muito maior do que o registrado em outros anos, como em 2016, por exemplo.
Os tiroteios, que já eram frequentes na cidade do Rio de Janeiro, tiveram um aumento de 36% mesmo com as megaoperações lideradas pela Força Nacional. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, sugere que as operações sejam ampliadas até o final do ano de 2019. Mas será que essa intervenção é realmente necessária?
O assunto despertou o interesse dos alunos dos cursos de Ciência Política e de Relações Internacionais da Uninter. Eles escreveram um artigo cientifico intitulado “Intervenção Federal no Rio de Janeiro: Análise Nacional e Internacional Sobre os Possíveis Impactos”.
O artigo foi selecionado para ser apresentado no 15º Congresso Acadêmico sobre Defesa Nacional (CADN), que acontece de 27 a 31 de agosto de 2018, em Pirassununga (SP), com o objetivo de aproximar a sociedade civil das Forças Armadas. O trabalho foi produzido pelos alunos Alessandro Petterson Maciel Dias, Eduardo Althaus Motta, Gabriela Navarro Bassil, Kiane Figueira de Assis e Vitor Pimenta Gomes de Souza, sob a orientação da professora Andréa Benetti de Oliveira.
“Os alunos precisam escolher qualquer tema dentro da área de defesa nacional. Como a gente já tem o projeto de iniciação científica que eu oriento, sobre estudos estratégicos, conversei com os alunos e a gente pegou algo que estava sendo desenvolvido dentro do PIC. A gente estava começando a estudar um pouco sobre a intervenção, sobre essa utilização das forças armadas na segurança pública”, explica Andréa.
Ao concluir o trabalho, os alunos puderam constatar que houve discrepância entre a especialização da Segurança e da Defesa Nacional para atuação nessas situações, assim como um planejamento insuficiente da União em relação à população local diante da intervenção e da sua repercussão internacional. “É muito importante [o artigo], já que o tema de defesa e segurança é inerente às nossas vidas”, salienta Vitor Pimenta.
Ter a oportunidade de apresentar um artigo científico em um congresso de grande porte é uma soma de oportunidades tanto acadêmicas quanto pessoais. Para os alunos de Relações Internacionais, o Congresso de Defesa Nacional também se alia a uma das matérias do curso, a geopolítica. “É uma oportunidade única. Primeiro, de conhecimento em relação à segurança e defesa nacional, podendo entender qual o pensamento do seu país em relação ao assunto. Segundo, conhecer especialistas e outros alunos que também se interessam pelo assunto e poder ter uma troca de conhecimento”, diz Kiane.
Autor: Barbara Carvalho – Estagiária de JornalismoEdição: Mauri König
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