O vazio de conhecimento nas leituras desconexas na biblioteca da internet

Autor: Ivone Souza - Estudante de Jornalismo

Atualmente, enfrentamos a maior revolução comunicacional desde a invenção da escrita. Sem dúvida, as conquistas tecnológicas dos últimos tempos levaram a novas formas de produção e consumo de textos, o que muitos consideram uma verdadeira “revolução cultural”.

Hoje, além dos livros impressos, existem diversas modalidades de leitura digital, tais como: e-books, jornais on-line, aplicativos para revistas e livros infantis etc. Além disso, existem várias plataformas de conteúdo on-line, entre elas as redes sociais, como Facebook e Twitter, que modificaram nossa relação com o texto.

Portanto, não é novidade que os hábitos de leitura mudaram, principalmente entre o público mais jovem.  No artigo científico Práticas de leitura: a leitura ao longo do tempo, publicado no Caderno Intersaberes, da Uninter, Thays Renata Poletto, estudante de Letras da instituição, e Phelipe de Lima Cerdeira, doutor em Letras, apresentam uma reflexão sobre estes novos modos de leitura nos dias atuais e as transformações causadas pelo digital.

Segundo Thays e Phelipe, o surgimento da internet é uma revolução tão importante quanto a produção de livros em larga escala possibilitada pela invenção da imprensa.  Porém, a era digital colocou em xeque o conceito “livro”: o que antes era um objeto definido, fechado, imutável e finito, se transformou em algo indefinido, aberto, conectado e infinito.

Segundo os autores, a internet se assemelha a uma imensa biblioteca, na qual se pode vasculhar, muitas vezes sem compromisso, sem a atenção e a concentração que um livro exigiria. Assim, o leitor tem mais poder de escolha, e pode mudar seu percurso livremente e até fazer a opção de ler apenas fragmentos, ou pular entre assuntos distintos muito rapidamente.

A frequente queixa ouvida sobre os hábitos de leitura da juventude de hoje é a de que eles leem muitas coisas de diversos gêneros e ao mesmo tempo, portanto não focam em uma coisa de cada vez, e isso faz com que não adquiram um conhecimento mais profundo. Porém, como os autores ressaltam no artigo, nosso relacionamento com os textos mudou, por isso é necessário analisar essas novas formas de leitura sem preconceito.

Para poder usar as chamadas “novas mídias” e suas funções, é preciso ler com frequência, e também escrever. A leitura se tornou mais presente com as mídias eletrônicas, e hoje é um pré-requisito indispensável para a participação em programas educacionais, processos de trabalho e até atividades de lazer. Com isso, os requisitos de competência para a leitura aumentaram e continuarão a aumentar com a crescente digitalização dos conteúdos.

Por isso, concluem os autores, é necessário que os educadores estejam cada vez mais preparados para que possam envolver os alunos a partir destas novas formas de leitura, incorporando práticas da leitura digital a suas estratégias de sala de aula.

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Autor: Ivone Souza - Estudante de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


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