“Técnico de enfermagem é o coração de qualquer instituição de saúde”

Autor: Nayara Rosolen - jornalista

“Finalmente descobri minha missão e onde quero atuar”. Esse é um dos relatos deixados por estudantes na tutoria do curso Técnico em Enfermagem da Escola de Formação Técnica e Profissional da Uninter (Unintertech). O aluno começa a mensagem parabenizando a coordenação e os professores, além da experiência nos estágios proporcionados durante a sua formação. “Foi muito bom”, declarou.

Em oferta desde 2022, a formação acontece com a metodologia semipresencial, até o momento apenas no superpolo Divina Providência, em Curitiba (PR). As práticas somam 50% da carga horária total. Por isso, nas noites de terças e quartas-feiras, os alunos têm encontros marcados com os professores, em sala de aula ou nos laboratórios à disposição da turma.

“É uma das profissões que mais tem demanda, que as pessoas conseguem mais emprego, até mesmo em relação a concursos públicos. (…) O técnico de enfermagem é o coração de qualquer instituição de saúde. Não se tem saúde se não tiver enfermagem, é um campo cada vez mais crescente. Temos essa expectativa de realmente conseguir inserir mais pessoas no trabalho de uma boa forma. Sabemos que o retorno vai ser bom”, afirma a coordenadora, Letícia Machado.

A primeira formatura do curso acontece em julho deste ano, junto com as demais áreas da Unintertech. Para a professora Fernanda Carvalho, “essa turma é uma das mais inspiradoras, porque todos eles já tinham uma profissão, uma realidade. O técnico em enfermagem veio justamente para virar a chave na vida deles”.

“A principal função do curso técnico é justamente proporcionar a profissionalização e inserção de forma profissional no mercado de trabalho para o aluno que às vezes é limitado economicamente ou pela rotina de vida que não permite que ele esteja todos os dias em sala de aula, que leve quatro anos para concluir”, complementa Fernanda.

Para melhor formar os futuros profissionais, a instituição dispõe de laboratório de habilidades, com manequins e materiais de cuidados básicos para treinarem as técnicas e procedimentos. Já o laboratório de anatomia e microbiologia é compartilhado com a Escola Superior de Saúde Única (ESSU). É onde os estudantes fazem todas as aulas presenciais, com bancadas e aplicativos que facilitam o entendimento e aplicação do conhecimento.

“O laboratório de microbiologia é um diferencial dentro do curso. Utilizamos uma estrutura mais analítica, a gente expõe como funciona o processamento de uma coleta de lesão, por exemplo, noções mais práticas de biossegurança também, processamento de amostra, cuidado para não ter contaminação cruzada. De modo geral, a área se volta muito para o hospitalar, mas tem outros campos de atuação. Tem muitos que agora vão para laboratório de análises clínicas, é a nossa forma de expor a eles outras rotinas que possam ter interesse em atuar”, explica a professora Fernanda Carvalho.

Práticas que também são elogiadas por quem as vivencia. “Estou adorando as aulas com as professoras no polo, estou conseguindo aprender muitas técnicas que nem imaginei que conseguiria. Mal posso esperar pelo início dos estágios”, relata um dos estudantes.

No ambiente virtual de aprendizagem (AVA) Univirtus, os estudantes têm disponíveis seis aulas gravadas por disciplinas, além de rotas e materiais complementares escritos. Toda essa parte teórica é feita por meio da plataforma, que é complementada com as práticas e avaliações realizadas presencialmente.

Todos os materiais de laboratório utilizados para o aprendizado em aula são fornecidos pela Uninter. O estudante precisa se preocupar apenas com os materiais de uso individual no estágio, como jaleco e pijama cirúrgico, por exemplo. Como algumas instituições conveniadas são do Sistema Único de Saúde (SUS), estas também podem pedir que levem luvas ou materiais relacionados à prática.

A aplicação dos conhecimentos

No Paraná, os estudantes precisam realizar no mínimo 600 horas de estágio. Por isso, a partir um ano e três, quatro meses, os alunos partem para as práticas em locais conveniados com a Uninter. De acordo com as docentes, são cerca de dez locais em que são direcionados de acordo com a demanda e fase de complexidade que estão.

Os alunos passam por quatro áreas da saúde, que podem ser em enfermaria, casa de repouso, atendimento de saúde mental, centro cirúrgico, unidades básicas de saúde (UBS), maternidade, até campos de maior complexidade, como unidade de terapia intensiva (UTI), unidades de pronto atendimento (UPA), urgência e emergência, entre outros.

A coordenadora Letícia salienta que, diferente de muitas instituições, na Uninter os estudantes não vão para o estágio sozinhos. Um professor do centro universitário acompanha todo o processo nas determinadas áreas para garantir que, em caso de dúvidas ou dificuldades na prática, os alunos tenham a devida orientação. “A Uninter se compromete completamente com a qualidade de ensino em campo”, complementa a professora Fernanda.

Leticia destaca ainda que muitos alunos já atuam na área, mas não possuem a certificação do diploma, então enxergam no técnico a boa qualificação de forma mais rápida e acessível. Outros já começam a ter devolutivas positivas de locais de trabalho antes mesmo da formação. Isso também acontece com aqueles que têm o intuito de tentar uma vaga por meio de concursos públicos.

“O ensino que a gente proporciona para esses alunos faz com que já estejam preparados com relação ao conhecimento para prestar concursos públicos na reta final, por volta de um ano e meio de curso. Pode acontecer de ser chamado e não ter finalizado, aí normalmente tem que assinar final de lista ou aguardar. Mas acho interessante a experiência de eles verem como funciona o processo”, garante a coordenadora.

Com o aprendizado pautado na prática, o corpo docente trabalha para que os futuros profissionais abram as possibilidades para além da área hospitalar, onde são a base de assistência. Além de terem a oportunidades de se especializar após a formação, como em medicina do trabalho, por exemplo, Leticia e Fernanda pontuam que os profissionais têm se inserido na estética, ampliando o campo de atuação.

“Os técnicos ficam mais com a parte dos minimamente invasivos, na estética básica, como limpeza de pele até procedimentos como microagulhamento, alguns procedimentos corporais. Chamamos de minimamente invasivo, porque geram efeito no corpo, mas que não pode acarretar nenhum tipo de risco no paciente”, explica Fernanda.

Todo este trabalho é reconhecido pelos estudantes que acompanham os esforços dos professores para entregar a melhor qualificação e oportunidades. “Gostaria de agradecer à professora pelo trabalho desenvolvido com a turma de estágio. Ela esteve ao nosso lado em todos os dias, nos ensinando prontamente tudo o que precisávamos saber para atender um paciente de forma excelente”, afirmou um deles.

Fernanda ressalta ser fundamental nesse processo o fato de que o curso “tem uma coordenadora muito apaixonada pela enfermagem. Dá para ver que ela vive pela enfermagem”. A profissional acredita que a vontade de expor todo o trabalho é justamente por saber do quanto se dedicam para oferecer o melhor. “O foco maior é ter certeza de que estamos conseguindo integrar nos locais que precisam de técnicos qualificados. Não sabemos como são os outros locais, mas nos comprometemos com o nosso ensino”, garante.

A coordenadora Leticia lembra que é o técnico quem vai atender mais constante e diretamente o paciente. “Até mesmo no auxílio para alimentação, para caminhar. Normalmente é o técnico quem identifica primeiro as alterações que o paciente tem, quem tem toda essa primeira abordagem. Ele é a base. Se eu tenho uma equipe com falha de técnico, não consigo atender todo mundo. São profissionais que realmente não param, em uma dinâmica que normalmente o plantão é de 12 horas. É gratificante que eles conseguem ver o trabalho deles e os pacientes reconhecem muito também. Alguns fazem homenagem, escrevem cartinhas, dão presentes, porque são os técnicos que estão ali todo dia. É um trabalho constante. Por isso também que o aluno tem que realmente gostar”, finaliza.

As professoras afirmam que há estudantes de Curitiba e toda região metropolitana, mas nada impede que pessoas de outras regiões façam o curso, desde que se matriculem no superpolo Divina Providência e tenham disponibilidade de deslocamento para as aulas práticas semanais.

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Autor: Nayara Rosolen - jornalista
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Unsplash


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