O que vem por aí? Por que devemos nos preocupar com uma nova pandemia

Autor: Barbara Carvalho - Jornalista

Recebem o nome de patógenos os organismos que são capazes de causar doenças em um hospedeiro. Existem diversos deles, tais como bactérias, fungos e protozoários. Estes patógenos estão agregados no meio ambiente e podem trazer à tona doenças leves e outras que podem causar a morte de milhares ou até milhões de pessoas. E um tipo destes que está atrelado à nossa vida atualmente é um vírus, o Covid-19.

Mas, por que devemos nos preocupar e ficar atentos a estes agentes patogênicos? Esse foi o tema discutido na palestra “Saúde global: novos patógenos e os cuidados que o Brasil deve ter no futuro”, que aconteceu na sexta-feira (21.ago.2020) durante a 1ª Maratona de Saúde Global e o Mundo Pós-Pandemia, em transmissão ao vivo pela página Maratonas para Desenvolvimento Sustentável Uninter.

Benisio Ferreira da Silva Filho, coordenador do curso de Biomedicina, e Elaine Garcia, professora da Escola de Saúde, Biociência, Meio Ambiente e Humanidades da Uninter, demonstraram o que já sabemos sobre essa pandemia e como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pode ajudar a implantar um cuidado maior com a saúde do brasileiro.

Como não podemos prever com certeza qual o grau de mortalidade de um patógeno e quando ele vai aparecer, estamos sempre à mercê de uma nova pandemia. “Estamos expostos a uma nova pandemia, só não sabemos quando vai acontecer”, relata Benisio.

Para ilustrar a afirmação, Benisio trouxe uma lista divulgada em 2020 pelo Gavi, the Vaccine Alliance contendo 10 doenças que possuem potencial para gerar uma próxima pandemia, tais como ebola, febre de lassa, síndrome respiratória aguda (SARS) e zika. “Significa que serão essas doenças? Não, eu estou dando o exemplo de um desses órgãos que realiza esse trabalho de monitoramento no mundo e que mostra para nós que diversos patógenos podem eventualmente iniciar um segundo processo pandêmico ainda nos dias de hoje”, esclarece.

Uma pandemia consiste em uma doença altamente infecciosa com alto poder de disseminação por uma ampla extensão geográfica, como, por exemplo, por todo o planeta. Tal definição alerta para a importância global de nos atentarmos aos cuidados com a saúde, pois com a globalização, ficou mais fácil e rápido poder disseminar doenças por vastas áreas.

“A ideia da globalização é de interligar, compartilhar, comunicar-se com vários, conhecer e entender a todos, o conhecimento sobre saúde interligado e compartilhado, e é possível conhecer e entender novas doenças e comunicar a outros grupos de saúde. Também, não podemos deixar de dizer sobre saúde global que o movimento de pessoas no mundo cresceu exponencialmente, e ele é o principal responsável pela disseminação de doenças”, explica Benisio.

Interligando a fala, a professora Elaine foi a responsável por detalhar como se comporta o Brasil a nível global na questão da saúde. Segundo ela, seguimos as regras ditadas pela Anvisa, porém, trabalhando sempre com o envio e recebimento de informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Na pandemia, trabalhamos com a vigilância epidemiológica em conjunto com a vigilância sanitária.

“Nós temos no Brasil um sistema que se chama vigilância em saúde, onde você engloba todas estas ações como por exemplo, a questão das vacinas e isso tudo entra no contexto da vigilância da saúde. Todas essas vigilâncias se conversam no mundo inteiro, nessa globalização existem sistemas informatizados que são mundiais, para que essa troca de informações aconteça da forma mais rápida possível”, explica Elaine.

Ainda, a professora explica que é a Anvisa que autoriza a entrada e testes de vacinas no país, a abertura e fechamento de fronteiras, além da fiscalização de equipamentos ligados a saúde entram no país. Além disso, segundo Elaine, a pandemia aumentou o rigor de fiscalização do órgão. “Quando você tem uma situação, o rigor é muito maior com certeza, sempre que tem uma necessidade, o rigor entra aí eles vão e fazem as ações mais complexas”.

Não podemos prever ao certo quando virá uma próxima pandemia, porém, a globalização é uma aliada na ajuda de obter o maior número de informações possíveis sobre esses eventos inusitados, disponibilizando conhecimento a população.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Barbara Carvalho - Jornalista
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Anna Shvets/Pexels


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *