O que temos para comemorar neste 1º de Maio?

Autor: * Pollyanna Rodrigues Gondin

Primeiro de maio é tradicionalmente conhecido pelo Dia do Trabalhador. Mas por que o primeiro dia do mês de maio? Por que não outra data? Esse dia foi escolhido em homenagem aos trabalhadores de Chicago (EUA) que, em 1886 (foto), fizeram uma paralisação com o intuito de reivindicar condições dignas de trabalho. Esse movimento se espalhou mundialmente nos anos seguintes e, em 1889, operários reunidos na França decidiram que a data seria escolhida em lembrança e homenagem aos trabalhadores que fizeram a greve de 1886.

Pensando nisso, o 1º de Maio deve ser lembrado como um dia de luta, um dia em que o mundo deve recordar que sem o proletário e condições dignas de trabalho o lucro e o capitalismo não se sustentam. Pois bem, atualmente, apesar de todas as conquistas trabalhistas, ainda vemos na mídia matérias sobre trabalhos análogos ao de escravo, condições precárias de trabalho, levantando mais uma vez a problemática de que, nos dias atuais, mesmo com tantos avanços e tecnologias de ponta, pessoas são muitas vezes tratadas como um “simples insumo de produção”.

Para além disso, vivemos um momento histórico de crise, provocado pela pandemia de Covid-19. Com essa crise, a sociedade brasileira vem passando por momentos de angústia, isolamento social e grandes incertezas relacionadas à vacinação e ao futuro da nossa nação. Somam-se a isso os altos índices de mortos e as notícias nada animadoras no âmbito econômico: inflação em 6,10% (IPCA), queda do PIB em 4,1% em 2020, o real desvalorizado internacionalmente, conflitos de interesse na política e de governabilidade do país, e um número de 14,4 milhões de brasileiros desempregados. Esse número nos assusta, ainda mais com o Brasil voltando para o Mapa da Fome.

Menos emprego significa menos dinheiro para o consumo de bens e serviços. Se bens e serviços não estão sendo adquiridos, menores serão as vendas, o que impactará na queda do faturamento das empresas e na diminuição da aquisição de insumos para a produção. Assim, novamente, teremos um aumento do desemprego e menos famílias com recursos para fazer frente inclusive às necessidades básicas de sobrevivência.

O que, então, comemorar neste 1º de Maio? A possibilidade da vida e de emprego. Mas, nos últimos tempos, a situação do trabalhador brasileiro tem se tornado cada vez mais difícil e incerta frente a tantos problemas. Cabe-nos ter a certeza de que este momento vai passar, que a CPI da Covid no Senado irá se desenvolver e esperar que medidas sejam tomadas por parte do governo para que esse ciclo negativo e a desaceleração da nossa economia possam ser superados.

* Pollyanna Rodrigues Gondin é professora da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter.

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