O que fazer para não perder o tempo da inovação?
Autor: Valéria Alves – Assistente MultimídiaInovação é a palavra da moda, mas ela é tão antiga quanto a humanidade. Significa criar algo novo, o que nossos ancestrais fizeram ao utilizar o fogo a seu favor, por exemplo. A inovação esteve presente na Revolução Industrial, nas descobertas dos navegadores, na invenção da lâmpada e em tantas outras conquistas até chegarmos, por exemplo, à criação da internet, que permitiu outras inovações. O mundo só chegou ao estágio atual porque houve muita inovação ao longo da história.
Este foi justamente um dos temas da Semana Acadêmica 2021 Uninter, realizada entre os dias 1º e 5 de fevereiro. No dia 2, a palestra Empreendedorismo Digital foi conduzida por Cris Alessi, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e do Fórum Nacional Inova Cidades. Ela também está à frente do Vale do Pinhão, parte do ecossistema de inovação mantido pela prefeitura de Curitiba. A palestra foi mediada pelo coordenador do curso de Varejo Digital da Uninter, Elizeu Alves.
Na palestra, Cris Alessi apresentou dados que mostram quanto tempo alguns dos principais meios de comunicação levaram para conseguir atingir 50 milhões de usuários. O rádio levou 38 anos para isso, a TV levou 13 anos, a internet, 4 anos, o Facebook, 3 anos e meio, o Instagram, 6 meses, enquanto o WhatsApp levou 5 dias. Com isso, é possível observar a velocidade das novas possibilidades e tecnologias, além de como esse mundo hiperconectado nos apressa na busca por soluções.
Ainda de acordo com as palavras da mesma, atualmente vivemos na Quarta Revolução Industrial (4.0), a da inteligência. Após passar pela revolução do vapor, da eletricidade e da computação, hoje falamos muito sobre 5G, robótica, internet das coisas, transportes autônomos, energias renováveis. Tem crescido o número de startups unicórnio (que valem mais de US$ 1 bilhão), e isso mostra a quantidade de empresas nas mais diferentes áreas que se fortaleceram. “O que é inovação? Será que conseguimos falar de inovação em pequenas coisas e utilizando pequenos exemplos?” questiona ela. Afinal, o que é ser uma pessoa inovadora?
O espaço adequado para inovação e como fazer na educação
A palestra Empreendedorismo Digital falou sobre como os professores podem inovar em suas aulas, incentivando-os a fazerem isso e pensando primeiramente em qual o caminho ele quer percorrer, além de qual será o seu destino. Assim, ele conseguirá pensar sobre suas habilidades, quais as tecnologias irá utilizar para isso e em qual velocidade o projeto será realizado, que continuará até que uma solução viável seja encontrada.
“A inovação não acontece só com a tecnologia. A tecnologia é um dos pilares, mas promover a cultura de inovação e avançarmos juntos nesse conceito e na educação empreendedora é o fundamental para todas as áreas. A inovação não acontece só com engenheiros, publicitários, etc. A união dessas áreas é que transforma isso em algo muito melhor”, afirma Cris.
É importante criar um ambiente propício para inovação, que possibilite o erro. Muitas vezes errar é visto como algo ruim por causa do modo com que fomos educados, e por isso, grande parte dos nossos colegas de trabalho também pensam dessa forma. Mas, segundo ela, a educação não acontece sem experimentação, e a experimentação gera equívocos.
Além disso, Cris Alessi fala da importância da visão política no sentido amplo de sua palavra, pois esse ambiente precisa ser algo combinado de cima para baixo. “É claro, você não vai abrir espaço para erro em áreas críticas, não vai fazer uma experimentação que leve a área de saúde para um erro que possa ser fatal para um paciente. Mas será que não posso trazer informações para um ambiente controlado?”, diz.
No contexto do tema apresentado, o empreendedorismo é visto como uma habilidade, e saber solucionar problemas é essencial. Se formos pensar em qual problema pode ser resolvido hoje, por exemplo, vemos que há muito mais conteúdo do que conseguimos consumir. Além disso, os assuntos que são ministrados nas aulas muitas vezes também são facilmente encontrados na internet. Como então fazer com que o estudante se interesse pelo conteúdo que eu estou entregando?
É por esse motivo que é importante pensar em maneiras de fazer com que o aluno consiga ver qualidade no que está sendo entregue à ele, e definir quais ferramentas podem ser utilizadas para tornar a aula ainda mais atrativa. “Como eu posso trabalhar o conteúdo para ter uma discussão que amplie o que o aluno já sabe muitas vezes?” reflete o professor Elizeu Alves.
A velocidade com que as coisas mudam e se transformam atualmente não permitem mais espaço para a zona de conforto, pois ela causa o desinteresse tanto do aluno, quanto do professor. Portanto, criar conteúdos que provoquem o debate de ideias, reflexão e a criação, por exemplo, são muito importantes. A gamificação (que utiliza de jogos para o engajamento e facilita o aprendizado) é um grande exemplo que funciona e que chama a atenção. Hoje, as notas não são uma recompensa suficiente para estimular o estudante.
“Qual é a recompensa que as pessoas que estão sendo acesso ao meu conteúdo terão a partir da minha aula ou do meu produto/solução? É sair dali sendo uma pessoa melhor, com mais conexões, sabendo como transformar o mundo? Que o faça pensar o que ele nunca tinha pensado antes? As empresas que estão saindo na frente hoje não são por causa da tecnologia, mas porque elas entendem o comportamento das pessoas, entendem a problemática e a mudança de comportamento”, explica Cris. “Quem vai desromper o seu negócio é alguém que entende mais do consumidor/aluno”.
Para quem quer saber sobre o tema de forma completa, acesse o AVA na opção “Ao Vivo”, clique na aba “Anteriores” e busque pelo nome da palestra no dia 2.02.2021. Lá, você encontrará a palestra gravada digitando o tema “Empreendedorismo Digital”. A abertura foi realizada pela professora Francieli Paes de Carvalho Castro, enquanto Renato Pajewski e Solange de Fátima Brecailo foram responsáveis pela interpretação em libras.
Autor: Valéria Alves – Assistente MultimídiaEdição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Daniel Castellano/SMCS