O que determina o comportamento do eleitor na hora de voto
Autor: Evandro Tosin - Assistente multimídiaA história das sociedades é cercada por conflitos de interesse, por isso foram instituídos “contratos sociais”, ou seja, regras de convivência entre as pessoas. Assim, foi criado um governo por leis, que é escolhido por voto popular, o que configura uma democracia. O eleitor faz uma análise crítica e tem uma intenção com a escolha do voto.
Platão, Aristóteles, Locke, Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau são pensadores que deixaram suas contribuições a respeito da natureza humana que está em conflito interno, quanto às suas ambições, desejos e objetivos. Muitas vezes, cedendo a injustiças ou à corrupção. O que é contrário ao bem comum e do interesse coletivo. Por causa disso, fez-se necessário um Estado com leis e regras estabelecidas entre os cidadãos, também como forma de evitar a ascensão de tiranos ao poder.
A democracia é ameaçada por diferentes perspectivas. A partir disso, surge a necessidade de reflexão do processo eleitoral e da importância da participação dos cidadãos. Com democracias mais complexas em todo o mundo, é notável a necessidade de maior entendimento do comportamento do eleitor. A escolha do eleitor é determinada com elementos explicados pela teoria sociológica, psicossocial, e a teoria econômica ou racional.
A teoria sociológica caracteriza-se por dois tipos de eleições: normais e desviantes. A primeira refere-se a fatores eleitorais momentâneos, e que tem efeitos mínimos na determinação do voto. As eleições desviantes são contextos gerais no debate político que influenciam significativamente na decisão do voto.
A teoria psicossocial, criada por pensadores da Escola de Michigan em 1964, busca na psicologia uma conexão entre a posição social e o comportamento político, fruto da interação dos valores do indivíduo com sociedade. Em 1957, Antonio Downs publicou o livro “Uma teoria econômica da democracia”, pensamento que é contrário à Escola de Michigan. Para o autor, “os indivíduos são racionais e agem intencionalmente, procurando antes de tudo maximizar seus ganhos, assim como fazer os consumidores no mercado econômico”.
Na última edição do Caderno da Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança (ESGPPJS) da Uninter, divulgado em 18.fev.2021, foi publicado o artigo “Elementos Determinantes do Voto”, de autoria dos professores da Uninter Antônio Roziano Ponte Linhares e Carlos Alberto Simioni.
Emerson Cervi é autor do livro “Opinião pública e comportamento político”, publicado em 2012 pela Editora InterSaberes. O pesquisador identificou as seguintes variáveis que contribuem para a definição do voto:
- Dimensão simbólica do voto;
- Força da mídia;
- Voto simbólico – eleitor carente de atenção;
- Alienação, imitação e uso de atalhos informacionais (terceirização do voto);
- Nível educacional do eleitor;
- Campanhas eleitorais;
- Interesse pela política;
- Razões de abstenção;
- Democracias de massa e tecnologia da informação (boom das redes sociais)
Os autores do artigo “Elementos Determinantes do Voto” concluíram, após a análise teórica do estudo, as principais variáveis que determinam o voto: o nível educacional, a quantidade de informações recebidas, as campanhas eleitorais e a percepção dos valores apresentados externamente semelhantes às crenças do eleitor.
Autor: Evandro Tosin - Assistente multimídiaEdição: Mauri König